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Perdas de herbicidas na agricultura

Ricardo Nascimento Lutfala Paulino

Thales Lenzi Costa Nascimento

Graduandos em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras ““ UFLA e membros do Grupo de Estudos em Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD) e membros do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF).

Adenilson Henrique Gonçalves

Professor colaborador do GHPD e adjunto da UFLA

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Atualmente na agricultura, um dos motivos que vem causando uma das maiores perdas de produtividade para o agricultor são as plantas daninhas, pelo fato de elas competirem por luz, nutrientes, espaço e água com a cultura instalada. Dessa forma, o controle químico, entre outros métodos (mecânico, físico e cultural), é um dos métodos disponíveis ao produtor.

Com isso, vários fatores interferem na eficiência deste controle, como: vento, distância entre o alvo e os bicos, tipos de solo, tipos de plantas daninhas, horário de aplicação, velocidade de aplicação, entre outros, fatores estes que podem estar ocasionando também perdas dos herbicidas para o ambiente, a partir de um manejo mal realizado.

Outra forma de perda é a deriva, que é a aplicação do produto no alvo, que a partir do vento é translocado, atingindo a cultura não-alvo, podendo intoxicá-la. Também é possível encontrar resíduos de herbicidas no solo, em que a planta pode ser intoxicada ou até mesmo perder o plantio.

Origem das perdas

As perdas de herbicidas para o ambiente vêm se tornando cada vez mais comuns na agricultura, e na maioria das vezes o motivo principal é a falta de conhecimento por parte dos produtores e dos funcionários que realizam a aplicação. Sabendo disso, há alguns pontos aos quais se deve atentar antes de realizar a aplicação de herbicidas, para, na medida do possível, diminuir essas perdas e aumentar a eficiência do mesmo.

Os pontos a se atentar são:

  • Não aplicar herbicidas pós-emergentes na presença de muito orvalho e/ou imediatamente após chuva;
  • Não aplicar na presença de ventos fortes (>8 km/h), mesmo utilizando bicos específicos para redução de deriva;
  • Pode-se utilizar baixo volume de calda (mínimo de 100 L ha-1) quando as condições climáticas forem favoráveis, e desde que sejam observadas as indicações do fabricante (tipo de bico, produtos);
  • A aplicação de herbicidas deve ser realizada em ambiente com umidade relativa superior a 60%. Além disso, deve-se utilizar água limpa;
  • Não aplicar quando as plantas, da cultura e invasoras, estiverem sob estresse hídrico;
  • Para facilitar a mistura do herbicida trifluralina com o solo e evitar perdas por volatização e fotodecomposição, o solo deve estar livre de torrões e, preferencialmente, com baixa umidade;
  • Para cada tipo de aplicação, existem várias alternativas de bicos, os quais devem ser utilizados conforme indicação do fabricante. Verificar a uniformidade de volume de pulverização, tolerando variações máximas de 10% entre bicos;
  • Aplicações sequenciais podem trazer benefícios em casos específicos, melhorando o desempenho dos produtos pós-emergentes e podendo, em certas situações, reduzir custos. Consiste em duas aplicações com intervalos de cinco a 15 dias, com o parcelamento da dose total;
  • Em solos de arenito, (baixos teores de argila) indica-se precaução na utilização de herbicidas pré-emergentes, pois podem provocar fitotoxicidade em algumas culturas. Para tais situações, recomenda-se reduzir as doses ou não utilizá-los;
  • O uso de equipamento de proteção individual é indispensável em qualquer pulverização.

Tipos de perdas e implicações

A partir de um manejo mal realizado antes, durante e após a aplicação, sofre-se as consequências que, no caso, é a perda do produto químico para o ambiente. Normalmente, as perdas mais recorrentes no campo são: retenção, lixiviação ou percolação, volatilização, escorrimento superficial e degradação, que serão detalhados a seguir.

Os herbicidas aplicados nas lavouras, na maioria das vezes, têm como destino final o solo. Ao atingi-lo ocorre o problema da retenção, em que os produtos podem ser retidos pelos coloides ou permanecem na solução do solo.

A retenção se constitui primariamente no processo de adsorção, mas também existe a absorção pelo solo, que é um processo reversível, pois as moléculas ficam retidas entre duas fases no solo, como por exemplo: solo-água ou solo-ar, e a absorção é o movimento dos herbicidas para a solução do solo.

Outra consequência ambiental é a lixiviação ou percolação, que é o movimento descendente do herbicida na matriz do solo ou com a água do solo. Para que ocorra essa movimentação dos herbicidas há alguns fatores que influenciam, tais como: o pH, teor de água no solo, declividade da área e intensidade da chuva ou irrigação após a aplicação.

O pH do solo apresenta diferentes efeitos, dependendo do constituinte químico do herbicida, uma vez que os herbicidas do grupo triazina são mais móveis em pH próximo do neutro.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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