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Novos produtos liberados para broca-do-café

Paulo André Colucci Kawasaki

Diretor de Comunicação do CNC

Silvia Janine Servidor de Pizzol

Assessora técnica do CNC

Crédito Paulo Rebelles
Crédito Paulo Rebelles

Como sequência dos trabalhos empenhados pelo CNC junto ao Governo Federal para a disponibilização de mais princípios ativos destinados ao combate à broca-do-café no Brasil, o MAPA liberou mais produtos – o Metaflumizone e a combinação dos princípios Bifentrina + Acetamiprido, ambos destinados ao combate da broca-do-café. Outro produto recomendado é o Fluensulfone.

Não se engane

Importante destacar, inicialmente e pensando-se no consumo, que a broca não possui efeito prejudicial à saúde. Seu principal prejuízo é a depreciação da qualidade e a perda de peso dos grãos. Para cada 5% de frutos atacados, até 1% apresenta defeito, interferindo diretamente na renda dos produtores. Isso porque a praga ocasiona perdas quantitativas de até 20%, pois, nos casos de infestação máxima, pode atingir 12 kg em cada saca de 60 kg de café beneficiado.

O potencial de perda financeira está proporcionalmente ligado ao índice de infestação da broca, isso porque não há um modus operandi padrão que permita saber se a incidência terá sempre a mesma proporção em cada talhão. O que podemos prever é o índice máximo de até 20% de perdas em qualidade e, consequentemente, em volume no peso do café beneficiado, que são os dois aspectos que a praga influencia diretamente.

Assim, a broca ocasionará prejuízo por fazer com que o produtor necessite de um maior volume de grãos para preencher uma saca de 60 kg e, principalmente, por deteriorar a qualidade dos frutos e reduzir a qualidade dos mesmos, que podem passar de um café tipo 2 (até quatro defeitos na tabela de Classificação Oficial Brasileira ““ COB, atualmente cotado a R$ 570/600) para um café até tipo 7 (até 160 defeitos na tabela COB, atualmente cotado a R$ 385/420 por saca).

Paulo André Colucci Kawasaki, diretor de Comunicação do CNC - Créditos Arquivo pessoal
Paulo André Colucci Kawasaki, diretor de Comunicação do CNC – Créditos Arquivo pessoal

Severidade do ataque

O ataque da broca se faz, geralmente, nos meses de janeiro e fevereiro, por meio da perfuração dos grãos de café, a partir da coroa do fruto (extremidade que não está “pregada“ ao galho) verde, maduro ou seco, não ocorrendo nos chumbinhos. Através desse furo, a fêmea adulta penetra, abre uma “galeria“ e forma uma câmara, onde porá seus ovos.

Até 10 dias depois surgem as larvas e tem início a “destruição“ parcial ou total da semente, haja vista que as larvas se alimentam da polpa dos frutos e ocasionam a perda de peso e de qualidade. Após a fecundação, as fêmeas abandonam os frutos e vão atacar novos grãos, dando sequência ao ciclo reprodutivo.

A praga pode se disseminar dentro do cafezal nos estágios de larva, ovo e inseto adulto por meio das sementes, pergaminhos (película interna que envolve a semente) ou frutos contaminados; além de implementos de cultivo e colheita, roupas e equipamentos dos trabalhadores, vento ou água utilizada na irrigação.

Silvia Janine Servidor de Pizzol, assessora técnica do CNC
Silvia Janine Servidor de Pizzol, assessora técnica do CNC

Regiões atingidas

Não há uma região geográfica específica que favoreça ou dificulte o ataque da broca. A praga é capaz de atacar todo e qualquer cafezal, sendo necessários monitoramento e tratos culturais adequados para que a incidência não ocorra, ou seja, a menor possível, haja vista que uma colheita mal realizada influenciará na infestação da broca da safra seguinte, pois frutos esquecidos nos pés de café ou no chão proporcionarão uma alta infestação no próximo estágio de frutificação.

Como detectar a presença da praga na lavoura

Para detectar, prevenir ou mitigar os impactos da broca no café, recomenda-se a realização de monitoramento anual das lavouras, entre novembro e março, de forma que se consiga quantificar o índice de infestação. Quando esse percentual for identificado entre 3 e 5% deve-se iniciar o controle, que pode ser biológico, cultural ou químico.

Sintomas da broca no cafeeiro - Crédito José Braz Matiello
Sintomas da broca no cafeeiro – Crédito José Braz Matiello

Controle

→Biológico: feito por meio da identificação de inimigos naturais da praga, geralmente fungos predadores da broca, que a levam à morte antes da penetração nos frutos. Também podem ser desenvolvidas e instaladas armadilhas caseiras com garrafas pet de dois litros, que, de acordo com alguns estudos, apresentaram reduções no nível de ataque da broca.

→ Cultural: pode-se reduzir a infestação da praga por meio de bons tratos culturais na lavoura, como uma colheita bem realizada e a realização do chamado “repasse“, de maneira que se evite a sobrevivência da praga e não seja possível sua transferência para os frutos da safra futura. Recomenda-se a destruição das plantas velhas e abandonadas, que servem de abrigo para a broca se multiplicar livremente.

→Químico: o controle por meio de produtos químicos deve ser realizado assim que seja identificado um índice de infestação entre 3 e 5%, recomendando-se a pulverização das localidades mais afetadas dos cafezais. Pelo fato do ataque da broca não ocorrer uniformemente, é importante realizar o controle apenas nos locais mais atingidos, pois assim não são feitos gastos desnecessários com inseticida e mão de obra, evitando uma elevação dos custos de produção.

O monitoramento deverá continuar mesmo após esse combate e, caso os níveis de incidência voltem ao intervalo de 3 a 5%, deve-se realizar novamente a aplicação dos inseticidas.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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