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Fosfitos sólidos proporcionam mais fósforo para as plantas

Gustavo Antonio Faria Rabêlo

Técnico em Agricultura e Zootecnia, graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do grupo PET Agronomia e bolsista FAPEMIG

gustavorabelo.vzp@hotmail.com

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Dentre os macronutrientes primários, o fósforo (P) é o menos requerido pelas plantas, porém, seu fornecimento é indispensável para um maior crescimento e produção vegetal. Apesar de ser requerido em menor quantidade, o fósforo exerce várias funções nas plantas, como estimular o crescimento vegetativo e radicular, contribuir para o aumento do perfilhamento e ajudar na formação de grãos. É, ainda, o principal elemento formador do ATP (Adenosina Trifosfato), que é sinônimo de energia.

Naturalmente, é um elemento que tem mobilidade muito baixa em solos, principalmente naqueles bastante intemperizados, como os brasileiros, que têm acaracterística de fixar o fósforo deixando-o indisponível para as plantas. Diferentemente do solo, na planta este elemento tem uma grande mobilidade.

Consequências da falta de fósforo

A falta de fósforo provoca efeitos marcantes nas plantas. Estudos mostram que sua deficiência pode causar reduções na área e no número de folhas, grande queda de folhas (galhos desfolhados), perda de brilho e bronzeamento na folha.

As plantas deficientes em fósforo podem, ainda, acumular açúcar nos tecidos e, a partir deste, sintetizar pigmentos escuros, as antocianinas, ocasionado uma coloração mais escura das folhas.

Absorção dos fosfitos pela planta

O fosfito é um fertilizante formado a partir de um ácido fosforoso, que é neutralizado por uma base. A base mais utilizada é o hidróxido de potássio. A reação a seguir mostra a formação do fosfito, segundo o site Agrofit.

               KOH                 KOH

                     ↓↓                             ↓↓

                 H3PO3 ——–> KH2PO3 (*) ——–> K2HPO3 (**)

                  ↓                               ↓

sal fosfito                  sal fosfito

(*) Fosfito mais ácido – Ex.: 00 30 20

(**) Fosfito menos ácido – Ex.: 00 20 20

Estudos indicam que a principal forma de assimilação de fósforo pelas plantas é por meio de fosfatos. Adams & Conrad, 1953, dizem que ocorre a conversão de fosfito a fosfato, tendo sido observado que o fosfito é oxidado lentamente a fosfato no solo.

Pela diferença química entre fosfitos e fosfatos, nota-se que os fosfitos (H2PO3), sofrem uma perda de simetria devido a possuírem um O a menos em relação ao fosfato (H2PO4).Essas diferenças interferem consideravelmente nos resultados de aplicação de ambos.

 Os fosfitos amenizam a ferrugem asiática em soja - Crédito Ana Maria Diniz
Os fosfitos amenizam a ferrugem asiática em soja – Crédito Ana Maria Diniz

Vantagens

Diversos autores, como (Dorer,1996), afirmam que as aplicações de fosfitos acarretam incrementos na produtividade, qualidade e teores de fósforo. As vantagens da aplicação do fosfito não param por aí. Nota-se, também, que esse produto oferece proteção contra várias doenças, principalmente fúngicas.

Por apresentarem ação inibidora do desenvolvimento das infecções (ação curativa) e formação de substâncias naturais de autodefesa, as fitoalexinas promovem uma ação preventiva. Doenças como a podridão do morangueiro, podridão do pé ou podridão das raízes e frutos de mamoeiro, míldio da videira e ferrugem asiática da soja são exemplos de doenças estudadas que podem ser controladas, ou pelo menos amenizados seus efeitos em decorrência da aplicação de fosfitos.

Além de ajudarem no controle de doenças,é notado que seu uso pode contribuir para a absorção de cálcio (Ca), boro (B), zinco (Zn), molibdênio (Mo), potássio (K) e outros.

Embora esses tipos de fertilizantes apresentem várias vantagens para as plantas, aplicados em plantas deficientes em fósforo eles podem inibir seu desenvolvimento, podendo o efeito do fosfito ser prejudicial a estas plantas (Carswellet al., 1996).

Formas de aplicação

Basicamente existem dois tipos de aplicação desse tipo de fertilizante – de forma sólida (no sulco de plantio), e de forma líquida (aplicação foliar). Ambas apresentam resultados consideráveis, contudo, a aplicação foliar em escala comercial fica restrita, devido ao alto investimento. Outros fatores que podem ser limitantes à aplicação de produtos líquidos é o tipo de cultura e a área plantada.

A aplicação de fertilizantes à base de fósforo naturalmente é feita no sulco de plantio, pelo fato de serem pouco móveis no solo, portanto, não havendo necessidade de aplicação de cobertura.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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