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Importância da qualidade do cobalto e molibdênio na nodulação e fixação biológica do nitrogênio da soja  

 

Renato Passos Brandão

Gestor Agronômico da Bio Soja

Hizidoro Guilherme Lara

Coordenador Agronômico da Bio Soja

 

Maickon Ribeiro Balator

Coordenador Agronômico da Bio Soja

 

Crédito: ANPII
Crédito: ANPII

O nitrogênio é o nutriente requerido em maior quantidade pela cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill]. Para a produção de 1.000 kg de grãos de soja são necessários cerca de 83 kg de N, sendo 51 kg alocados nas sementes e 32 kg nas folhas, caule e raízes (SFREDO, 2008).

A fixação biológica do nitrogênio (FBN) é a principal fonte de N à cultura da soja. As bactérias do gênero Bradyrhizobium, quando em contato com as raízes da soja, infectam as raízes, via pelos radiculares formando os nódulos.

Simbiose com as bactérias

            A soja é originaria da China e a simbiose com as bactérias do gênero Bradyrhizobium é resultante de um processo evolutivo de milhões de anos entre a planta hospedeira e a bactéria. Portanto, os solos brasileiros são isentos desta bactéria havendo a necessidade da sua introdução (HUNGRIA et al., 2007).

Portanto, em solos sem histórico de cultivo com soja, a inoculação é uma prática indispensável. Quanto maior é o número de células bacterianas viáveis, maior é a nodulação e a produtividade da soja. A dose de inoculante a ser aplicada nas sementes de soja deve fornecer, no mínimo, 1,2 milhões de células viáveis por semente de soja.

Em solos tradicionalmente cultivados com soja, a reinoculação proporciona aumento médio de 8% na produtividade da soja (HUNGRIA et al., 2007).

Entretanto, podem ocorrer problemas na nodulação relacionada a fatores biológicos e químicos do solo, ou devido a problemas com o inoculante, processo da inoculação ou no tratamento das sementes (HUNGRIA et al., 2007). Portanto, determinadas formulações fornecedores de cobalto e molibdênio com alto índice salino, ou com pH baixo, podem afetar significativamente a sobrevivência das bactérias, a nodulação e a eficiência da fixação biológica do nitrogênio.

Dentro deste contexto, foi conduzido um experimento para a avaliação de duas formulações de CoMo (Tabela 1) na sobrevivência das bactérias fixadoras de nitrogênio (Bradyrhizobium japonicum).

A fixação biológica é a principal fonte de nitrogênio na soja - Crédito: Luize Hess
A fixação biológica é a principal fonte de nitrogênio na soja – Crédito: Luize Hess

Experimento

O experimento foi realizado no Laboratório de Entomologia e Fitopatologia (LABEF) na sede da Fundação ABC, no município de Castro (PR). O delineamento experimental empregado foi o de blocos inteiramente casualizados (DIC), com oito repetições.

Os tratamentos constituíram-se de duas fontes de cobalto (Co) e molibdênio (Mo), sendo uma fonte a base de óxidos (NHT® CoMo) e outra fonte a base de sulfato de cobalto e molibdato de sódio (produto comercial). A dose de Mo por 100 kg de sementes de soja foi 49,8 g de Mo e 35,64 g de Mo do NHT® CoMo e produto comercial, respectivamente. Além disso, foram utilizados via sementes, inseticidas e fungicidas.

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Tabela 1. Tratamentos.

            As características avaliadas foram o número de nódulos e recuperação bacteriana, ambas metodologias conforme a Instrução Normativa Nº 30 (2010) do MAPA. Para análise do experimento foi utilizado o programa SAS, adotando-se o delineamento inteiramente casualizados. Em caso da análise de variância apresentar-se significativa, adotou-se o teste de Tukey para comparação de médias, e índice de significância de 5%.

            De acordo com a pesquisa brasileira, o número mínimo de células (UFC – unidades formadoras de colônia) nas sementes para garantir bom desempenho a campo deve ser no mínimo de 105 (100.000) células/semente, quanto ao número mínimo de nódulos, a pesquisa brasileira recomenda que se tenha no mínimo 3 nódulos localizados na coroa da raiz principal.

A inoculação aumenta a produtividade da soja - Crédito: Marco Lucini
A inoculação aumenta a produtividade da soja – Crédito: Marco Lucini

            O tratamento que apresentou maior sobrevivência de bactérias foi o tratamento com o NHT® CoMo (Tabela 2). Quando se substituiu a fonte de CoMo, de sulfato de cobalto e molibdato de sódio (produto comercial) para NHT® CoMo, na dose de 100 mL/100 kg de sementes (5g Co e 50g Mo/100 kg de sementes), aplicando-se 20% a menos de líquido, mas aportando 25% a mais de Co e 39% a mais de Mo, as células do inoculante (Bradyrhizobium japonicum) foram menos afetadas e assegurou-se um número bem acima do mínimo/semente nos tempos 0 e 3 dias.

            A inclusão de CoMo no tratamento de sementes afeta sobremaneira a sobrevivência das células, mas a escolha de uma fonte mais adequada como a do NHT® CoMo minimiza o efeito deletério sobre as mesmas.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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