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Manchas marrons em frutos – Nova anormalidade em cafeeiros

José Braz Matiello

jb.matiello@gmail.com

Saulo Roque Almeida

Iran Ferreira

Marcelo Jordão Filho

Engenheiros agrônomos da Fundação Procafé

 

Crédito José Braz Matiello
Crédito José Braz Matiello

O Brasil tem produzido entre 48-50 milhões de sacas por ano de café. Entretanto, atualmente, os maiores obstáculos da cafeicultura têm sido os problemas climáticos, com estiagens nos dois últimos anos, chuvas em período de colheita e frio (geada e granizo).

Os frutos de café, principalmente na sua fase de maturação, passaram, neste ano, a apresentar grande número de pequenas manchas, de cor marrom, na sua casca. Essa anormalidade não havia sido observada antes, em grande escala, como agora. Ela aparece na maioria das lavouras nas regiões do Sul e Zona da Mata de Minas.

As manchas, de início, são muito pequenas, como um ponto escuro, e sua quantidade por fruto é grande,chega a mais de 50-70 por fruto. Depois elas crescem e muitas se juntam, assim chegando a cobrir quase toda a casca dos frutos. As manchas são mais visíveis em plantas de frutos amarelos do que nos vermelhos.

Com o passar do tempo, elas se tornam deprimidas. Em menor escala também aparecem em frutos verdes, nestes na forma de uma queima, de cor escura, ao longo de boa parte do fruto.

Causas

Primeiro é preciso verificar que as manchasparecem ser provocadas por ácaros ou por cercosporiose, isso à primeira vista, e muitos desconfiam disso. Mas, ao observar bem as condições de ocorrência, verificou-se que o problema só ocorre em ramos expostos ao sol.

Ramos do interior da planta e plantas sob sombra apresentam frutos com a casca sem manchas. Até no mesmo ramo, apenas os frutos da parte de cima do ramo, expostos à luz, se apresentam manchados, enquanto os do lado de baixo se apresentam normais.

Diante dessa observação, praticamente ficam eliminadas as possibilidades de efeito de ácaros e da cercosporiose.

Com relação a uma provável presença de fungos, ela não é descartada, porém, no que se conhece até o momento, ela seria mais secundária do que primária, podendo haver, num segundo estágio, ataque de fungos saprófitas, como cepas não virulentas de Colletotrichum.

Deste modo, excluindo as causas que se desconfiava, chegou-se, pelas evidências, como causa mais provável da anormalidade, de forma primária, uma ação física – do sol, pela luz, pela temperatura ou pelo choque térmico.

O que ainda não está tão claro é o porquê isto vem ocorrendo só agora. Vimos, neste ano, que de abril até meados de maio houve um veranico de cerca de 40 dias e as temperaturas em abril, na Fazenda Experimental de Varginha, se situaram cerca de 2ºC acima da média histórica.

Antes de se conhecer a real causa, não podemos falar em controle. Apenas deve-se torcer para que as condições climáticas não se tornem indutoras do problema, cuja causa, até o momento, é tida como fisiológica e não fitopatológica.

Essa matéria você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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