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Fertirrigação pode ser o diferencial na produtividade do feijoeiro

Nilton Gomes Jaime

Engenheiro agrônomo,M.Sc, consultor e proprietário da Cerrado Consultoria Agronômica

ngjconsultor@yahoo.com.br

 

Crédito Ihara
Crédito Ihara

O feijão (Phaseolusvulgaris L.) é considerado a leguminosa mais importante para o consumo humano nos países em desenvolvimento. Em escala mundial, é a terceira cultura mais importante para a nutrição humana e animal, após a soja e o amendoim (SINGH,1999).

Segundo Fageria, 2002, o feijão tem seu valor nutricional aumentado especialmente se consumido junto com cereais e outros alimentos ricos em carboidratos. É o que ocorre na América Latina, em que o feijão, junto com o arroz, compõe a dieta básica de todos os segmentos da população.

O feijoeiro é cultivado em diversas regiões agroclimáticas, mas sua maior concentração está nas áreas de climas tropical e subtropical. O feijoeiro é cultivado em todo o território brasileiro, sendo que o Estado de Goiás e o Distrito Federal respondem por cerca de 10% da produção (PEREIRA et al.,2010), enquanto os estados do Paraná e de Santa Catarina são responsáveis por aproximadamente 35%. Minas Gerais é o segundo maior produtor de feijão do Brasil, respondendo por 19% do total (Silva et al., 2011).

Nilton Gomes Jaime, consultor em feijão - Crédito Arquivo pessoal
Nilton Gomes Jaime, consultor em feijão – Crédito Arquivo pessoal

Épocas de plantio

O feijoeiro comum é semeado em três épocas. A primeira vai de outubro a dezembro e a segunda, de fevereiro a março. Na primeira safra o feijão é semeado em época de muita chuva e temperaturas elevadas, especialmente as noturnas. Estes fatores, em conjunto, resultam em muitas doenças e abortamento de flores e vagens e, em consequência, baixas produtividades.

Na segunda época, embora as temperaturas já sejam mais amenas, o que contribui para baixas produtividades é a falta de chuvas que ocorrem, quase sempre, na fase de floração e enchimento das vagens. Irrigações suplementares elevam as produtividades, mas normalmente não são realizadas por falta de recursos do produtor ou falta de tradição.

Novidades

A terceira safra surgiu como uma alternativa, simultaneamente ao aparecimento dos sistemas de irrigação via pivô-centralno Brasil, posteriormente vieram os sistemas de gotejo superficial e mais recentemente o sistema de gotejo subsuperficial ou irrigação subterrânea.

Estes sistemas de irrigação, além de viabilizarem o cultivo do feijoeiro no inverno – suprindo a demanda de água pela cultura numa época de baixa ou quase nenhuma precipitação pluviométrica nas maiores regiões produtoras – facilitam a condução da cultura pelo uso da fertirrigação, prática de fornecer macro e micronutrientes à cultura, via água de irrigação.

A prática da fertirrigação já é ampla e largamente utilizada pelos agricultores irrigantes em todo o território brasileiro, independentemente do método de irrigação ou tipo de cultura. É uma prática muito aplicada na cafeicultura, citricultura, fruticultura, horticultura e em grãos, como é o caso do feijão.

 

CréditoShutterstock
CréditoShutterstock

Benefícios para o feijoeiro

Especificamente no feijoeiro, os benefícios da fertirrigação são: I) permite a aplicação de fertilizantes e/ou misturas de fertilizantes solúveis que contenham na sua composição os nutrientes necessários à planta; II) permite a aplicação da quantidade e concentração necessária às necessidades da cultura, evitando-se dosagens excessivas de fertilizantes no solo, e diminuindo a lixiviação de nutrientes; III) aumento da eficiência dos fertilizantes aplicados juntamente com a água em faixas de solo onde as raízes estão com maior atividade; IV) redução da movimentação e tráfego de máquinas agrícolas na lavoura; V) subdivisão da aplicação ao longo do desenvolvimento(fases fenológicas) da cultura no intuito de otimizar as aplicações quando a planta necessitar dos nutrientes.

Você precisa saber

Geralmente, numa visão simplista, a definição de fertirrigação é parcialmente aceita, todavia, o processo envolvido nesta técnica é extremamente complexo. A priori, é fundamental que o produtor rural e/ou engenheiro agrônomo tenham em mente que o sucesso do uso da técnica da fertirrigação perfaz algumas prerrogativas.

Dessa maneira, são necessários conhecimentos básicos acerca da qualidade da água, da diluição do produto, do equipamento utilizado na injeção e dos métodos de aplicação. Além disso, são informações primordiais: o tipo e a procedência da fonte de nutriente utilizada, as características do fertilizante, a eficiência do uso dos nutrientes pelas plantas e sua dinâmica no solo. De posse de todo esse conhecimento, o monitoramento constante deste processo dinâmico deve ser realizado com frequência, evitando erros e prejuízos.

A absorção de nitrogênio ocorre praticamente durante todo o ciclo do feijão - Crédito João Nestor
A absorção de nitrogênio ocorre praticamente durante todo o ciclo do feijão – Crédito João Nestor

Vários são os elementos que podem ser aplicados via fertirrigação na cultura do feijoeiro. Os fertilizantes minerais nitrogenados solúveis mais utilizados são: nitrato de amônio, ureia, sulfato de amônio e nitrato de potássio.

OMAP purificado é o fertilizante fosfatado mais comumente utilizado na fertirrigação, além de fornecer pequena quantidade de nitrogênio; e as fontes potássicas mais utilizadas são nitrato, sulfato e cloreto de potássio farelado (rosa ou branco).

Dentre os produtos que contêm micronutrientes, destacam-se o ácido bórico e o octoborato de sódio (boro), sulfatos de cobre, zinco e manganês (Cu, Zn e Mn), além de inúmeros outros produtos líquidos que contém estes elementos. A grande vantagem desse modelo de fertilização é que não há um custo específico para executá-lo, porque se aproveita o fluxo normal de irrigação para suprir a cultura com os nutrientes.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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