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Inoculação beneficia cultura atual e subsequente

Solon Cordeiro de Araujo

Engenheiro agrônomo, consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII)

solon@scaconsultoria.com.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Desde longa data, mais precisamente desde os tempos da Roma antiga, já se conhecia empiricamente que culturas de leguminosas beneficiavam o trigo plantado logo a seguir. Hoje se conhecem os princípios que levam ao enriquecimento do solo com o cultivo de leguminosas: a fixação biológica de nitrogênio (FBN) capta o nitrogênio do ar e parte deste é incorporado ao solo.

Funciona assim: cerca de 80% do nitrogênio captado no nódulo é transferido para a planta, mas 20% permanecem no interior do nódulo. Quando este entra em senescência e posteriormente se decompõe, o nitrogênio é incorporado na matéria orgânica do solo e entra no ciclo do nitrogênio, ficando gradativamente disponível para a cultura seguinte.

Trabalhos da Embrapa Soja mostram que ficam no solo cerca de 25 a 30 kg de N/ha quando se faz uma correta inoculação na soja.

Curiosidade

Um benefício do inoculante, muito pouco divulgado, é a quantidade de nitrogênio que a cultura de leguminosas, desde que bem inoculada, deixa para a cultura que a sucede. Uma lavoura de soja inoculada de forma eficaz deixa cerca de 27 quilos de N para a próxima cultura. Isso explica o fato de 80% do nitrogênio processado pelo nódulo ir para a parte aérea da planta, enquanto 20% permanecem no nódulo.

Com qualidade

O primeiro cuidado na operação é adquirir um inoculante de boa qualidade, com registro no Ministério da Agricultura. Hoje está correndo pelo campo um sistema de produção “caseira“ de inoculante, um verdadeiro absurdo, que se constitui em uma forma de enganar o agricultor, fazendo de conta que usa inoculante.

O uso deve ser feito com os cuidados para um produto vivo, como é o inoculante: fazer o procedimento à sombra, misturar bem com as sementes, não misturar na mesma calda dos produtos químicos usados na semente e semear o mais rápido possível após a inoculação (salvo se o produto tiver registro para pré-inoculação).

Outra forma de aplicar o produto é no sulco de plantio, no momento da semeadura. Existem equipamentos de excelente qualidade para este tipo de operação.

 

Em campo

Existem muitos resultados mostrando aumentos expressivos de produtividade, com o uso da inoculação. Mascarenhas, H. et al, 2003, mostraram aumentos de 487 kg de trigo/ha (29%) entre o trigo cultivado em soja com inoculante em comparação com a soja não inoculada.

Hungria et al (2001) comprovaram aumento de 421 kg/ha (20%) também em trigo. Existem, ainda, resultados em milho, algodão e cana-de-açúcar.

O investimento em inoculante é baixíssimo. Usando três doses/ha, o custo fica em torno de R$ 10,00. A inoculação é a prática com melhor custo-benefício em toda a agricultura. Com cerca de R$ 10,00 são aportados cerca de 300 kg de N, o que equivale a 700 kg de ureia.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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