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Brandt aposta na evolução dos fertilizantes

Antonio Coutinho

Diretor técnico e de marketing da Brandt do Brasil

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O crescimento populacional e a necessidade crescente de alimentos para o mundo tem sido o fator econômico que faz crescer a agricultura em países como o Brasil. Atrelado a esse crescimento de consumo estão os insumos agrícolas, particularmente os fertilizantes de todos os tipos.

A maioria dos analistas e instituições especializadas preveem um aumento médio anual de 5,5% no consumo de fertilizantes no Brasil até 2022. Parte desse crescimento é provocado pela expansão dos cultivos em substituição às pastagens que tradicionalmente usam poucos insumos.

Se considerarmos a rápida evolução da qualidade genética das novas variedades, teremos como consequência do cultivo destas lavouras mais produtivas, maiores extrações de nutrientes minerais na forma de grãos, que por sua vez exigirá do agricultor uma reposição elevada dos nutrientes para preservar a fertilidade dos solos.

Quantidade x qualidade

O agricultor também tem se dedicado à qualidade da adubação, e não somente à quantidade de adubos que pretende aplicar. Lavouras de grãos, algodão, cana, café e frutas no Brasil têm perdas monumentais de produtividade por carências de micronutrientes ou por desequilíbrios nutricionais causados por adubações inadequadas.

Acreditamos que, com este diagnóstico, mais produtores buscarão por fertilizantes foliares para sanar esse tipo de carência.

Além do aumento quantitativo do uso dos fertilizantes convencionais, estamos também assistindo a um aumento da oferta de produtos especiais, como fertilizantes para fertirrigação, de liberação controlada, enraizadores e foliares, com diversas propostas tecnológicas.

Alta nos preços

Não se pode prever variações de preços somente baseando-se na expansão ou retração da agricultura, pois outros fatores têm grande peso neste contexto, desde guerras e decisões de países e governos até os fabricantes em si.

Devemos nos lembrar também do alto grau de dependência que o Brasil tem de matérias-primas e fertilizantes importados. Até 2014, por exemplo, estas dependências eram de 95% para as fontes de potássio, 61% para o fósforo e 83% para os fertilizantes nitrogenados. Altas na moeda americana em relação ao real podem afetar significativamente os preços dos fertilizantes a qualquer momento.

A melhor hora de comprar

Quanto mais próximo do período de utilização o produtor deixar para realizar sua compra de insumos, mais caro ele pagará pelo fertilizante. Isto acontece com todos os tipos de negociações, muitas vezes influenciados pelos fretes e pelo excesso de procura dentro das redes de distribuição.

A aquisição muito antecipada passa pelo custo financeiro da operação, mas em alguns casos vale a pena realizar a compra com alguma antecipação. Um fenômeno bem brasileiro nas compras é o chamado prazo safra, quando o produtor ou distribuidor têm o financiamento dos fertilizantes feito pelos fornecedores.

Tal fato, obviamente, tem um custo que poderia ser reduzido, caso o fertilizante fosse negociado com pagamento à vista, mesmo que com recursos captados nos bancos, pois os juros praticados pelos fornecedores de fertilizantes superam aqueles cobrados pelos bancos. Isto ocorre porque as empresas de insumos recorrem aos bancos também para conceder os prazos pedidos pelos agricultores.

Estratégias

Talvez não devamos falar isoladamente da estratégia de compras, mas sim da razão custo/benefício do processo de adubação como um todo. Análises de solo e tecidos vegetais ainda são práticas pouco difundidas no Brasil.

A adoção de recomendações baseadas nestas análises melhorariam a qualidade das adubações e, consequentemente, as produtividades, tornando os custos dos fertilizantes compatíveis com o custo total de produção.

Fertilizantes x aumento de produtividade

O produtor rural tem que estar consciente que ele produz riquezas, ou seja, sua lavoura produz dinheiro. Sacas de milho, soja ou café são produtos intermediários para se chegar aos reais ou dólares. Estar atento ao retorno dos valores investidos num determinado fertilizante e aos números que retornaram ao bolso é fundamental.

Então, a decisão de compra aparentemente mais barata nem sempre é a melhor, quando se mede o retorno do capital investido. Muitas vezes pequenas ações de baixo custo podem provocar grandes aumentos de produtividade. Vejam o exemplo do setor canavieiro, em que pesquisadores da ESALQ e do IAC vêm demonstrando o alto impacto do uso de micronutrientes na cana, quer seja no solo ou em aplicações foliares.

Produtividades já elevadas podem ter incrementos de até 30%, com aumento também no teor de sacarose. Mas, apesar de todas estas vantagens numéricas, a taxa de adoção destas práticas é ainda muito baixa no setor.

O fertilizante, por definição, é um insumo feito para promover o aumento da produtividade das lavouras, mas sabemos também que a nutrição adequada auxilia no combate às doenças das plantas.

Para se atingir este objetivo de aumento da produtividade, devemos fazer as seguintes perguntas fundamentais relacionadas à adubação: Com o que adubar? Quanto adubar? Quando adubar? Onde adubar? Como adubar? Não há como se fazer uma adubação compensadora se não soubermos responder a estas perguntas. Podemos usar o adubo certo, na quantidade certa e aplicar no lugar errado ou num período inadequado.

Essa matéria você encontra na edição de abril 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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