A adubação foliar tem por objetivo complementar a adubação via solo, suprindo a planta de alguns nutrientes que no momento de maior demanda estejam abaixo do nível critico
Entre as vantagens da adubação foliar estão: corrigir teores de micronutrientes considerados deficientes, uniformidade de aplicação e permitir aplicar pequenas doses de nutrientes.
Com relação aos critérios técnicos, a decisão de usar ou não algum nutriente via foliar deve estar apoiada na análise foliar. Luiz Alberto Staut, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, explica que somente após a interpretação desta será possível decidir pela correção de deficiências. “Porém, essas correções só se viabilizam na próxima safra, considerando que, para as análises, a amostragem de folhas é realizada no período da floração plena (estádio R2), no qual coleta-se o terceiro e/ou quarto trifólio com pecÃolo, a partir do ápice da planta, período em que a correção nutricional via foliar não é mais possível“, pondera.
Critérios para uma adubação eficiente
Critério da segurança |
Consiste basicamente na não utilização das recomendações dos nutrientes indicados pela análise foliar, mas sim a aplicação de um ou de todos os micronutrientes, levando em conta as possÃveis deficiências de uma região, tipo de solo ou cultura específica. Em culturas de alto valor, onde o custo dos micronutrientes é insignificante em relação ao valor da produção, muitos agricultores ainda hoje utilizam a adubação de segurança, incluindo vários ou todos os micronutrientes. |
Critério de prescrição |
Por meio desse critério, as recomendações são mais equilibradas e, de certa forma, protegem as plantas de eventuais fitotoxicidades, como resultados de relações não balanceadas no solo e nas plantas. |
Critério de restituição |
Baseado nas tabelas de extração de macro e de micronutrientes, esta filosofia de aplicação vem sendo cada vez mais utilizada em áreas de alta produtividade, na tentativa de repor as quantidades de micronutrientes extraÃdas evitando o agravamento das deficiências encontradas. |
Respostas da planta
Caso a análise foliar constate a deficiência de algum nutriente, e este for suprido no momento em que a planta está em seu pico de absorção, na dose correta, aplicada seguindo as recomendações relacionadas a fatores que proporcionem condições para que o produto seja absorvido (umidade do ar, temperatura e velocidade do vento), a resposta da lavoura deverá ser em ganhos na produtividade.
A aplicação pela folha tem uma vantagem importante: uniformidade de aplicação, já que as doses são baixas em comparação a macronutrientes.
Entretanto, o nutriente aplicado na folha, comparativamente ao solo, deve ter maior Ãndice de aproveitamento, destacando-se a qualidade do adubo utilizado e os cuidados para uma boa aplicação. Existem basicamente três filosofias para uso da adubação foliar: complementar, suplementar e corretiva:
ü O uso complementar refere-se à aplicação de parte do total da dose de determinado nutriente via pulverização da parte aérea, reduzindo-se o que seria aplicado no solo. Essa filosofia visa principalmente suprir a cultura em períodos de maior demanda do nutriente e cujas condições de solo não permitem adequada absorção. Geralmente são utilizados cerca de 20% a menos do nutriente via solo, aplicados em duas a quatro pulverizações com adubo foliar.
ü A adubação foliar suplementar envolve a adubação normal do nutriente via solo, mais um adicional via foliar. A segunda constitui-se num investimento extra que se justifica em função de ganhos de produtividade, resistência a pragas e doenças e qualidade dos produtos (aspecto visual e características pós-colheita, entre outras).
ü Segundo dados do IAC, os casos onde deficiências nutricionais são diagnosticadas por meio de análise quÃmica de folhas ou identificação visual e cuja correção deve ser feita em tempo hábil para garantir níveis adequados de produção. Como a absorção dos nutrientes pela folha geralmente é mais rápida e eficiente do que via solo, é utilizada a adubação foliar como medida corretiva. Em termos de nutrientes absorvidos, a adubação foliar pode ser de 8 a 20 vezes mais eficiente do que a feita via solo.
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Custo
Quanto ao custo, Staut alerta que depende do equipamento utilizado (tipo de pulverizador e trator) e do produto a ser aplicado. “Estima-se que cada aplicação foliar com micronutriente deverá ficar entre R$ 50,00 e R$ 70,00 por hectare (aplicação + produto)“, calcula.
Para analisar o custo-benefÃcio da técnica, ele se utiliza de parâmetros ou indicadores:
– Custo do adubo foliar (litro);
– Dose recomendada (l/ha);
– Nº de aplicações;
– Custo da aplicação;
– Resposta em produtividade (kg/ha)
– Valor de venda do produto (R$/sc)