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Extratos vegetais x pragas – A hora do embate  

 

Luana Karolline Ribeiro

Graduanda em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

lukarolline@icloud.com

Fabiano Pacentchuk

Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal edoutorando em Agronomia ““Unicentro

fabianopacentchuk@gmail.com

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Sabe-se que os insetos-praga são responsáveis por reduzir consideravelmente a produtividade das lavouras, e devido a isso, como forma de tentar controla-los e reduzir os danos causados pelos mesmos, as aplicações de inseticidas químicos aumentam cada vez mais.Entretanto, mesmo com o uso crescente destes produtos, as perdas ocasionadas por pragas ainda atingem grandes números e, em alguns casos, até mesmo aumentam.

É evidente que, devido ao uso excessivo, a eficiência dos inseticidas químicos é reduzida, ocasionando resistência de insetos e morte de inimigos naturais, levando a ataques e, consequentemente, perdas mais severas.

Além disso, esse excesso ainda causa problemas no ambiente devido a efeitos residuais, poluindo ar, água e alimentos. Com isso, surge a necessidade de encontrar métodos alternativos que apresentem eficiência no controle, sendo um exemplo o uso de extrato de plantas (Moreira et al., 2005).

Potencial

Os compostos de origem vegetal, como os extratos de plantas, têm demonstrado um grande potencial para serem utilizados no manejo de populações de insetos-praga, e podem ser usados tanto para o uso direto na propriedade, por meio de preparações caseiras, quanto para o desenvolvimento de novos inseticidas sintéticos (Vendramim; Castiglioni, 2000).

Os extratos são preparações concentradas de diversas consistências que são obtidas a partir de matérias-primas vegetais secas e preparadas por processos, que via de regra envolvem um solvente. Sua utilização permite utilizar plantas com bioatividade para auxiliar no controle de pragas agrícolas.

São denominados aquosos ou orgânicos, sendo aquosos quando o solvente é a água, e orgânicos quando os solventes são substâncias orgânicas comometanol, etanol, acetona, álcool, clorofórmio, hexano, etc. (Galloet al., 2002).

Obstáculos

As preparações caseiras de produtos naturais para controle direto de pragas têm como principal limitação a disponibilidade de matéria-prima. Com isso, de acordo com Tavares (2006), é de grande importância procurar manter a fonte de matéria-prima utilizada, tendo por prioridade plantas com ampla distribuição para que assim sua obtenção e aplicação sejam facilitadas.

Além disso, o ideal é priorizar a exploração de plantas perenes em relação às anuais, pois dessa forma podem ser realizadas coletas periódicas do material vegetal.

 

Opções

Existeminúmeras espécies vegetais que têm sua atividade inseticidasendo bastante estudada devido a serem plantas quepossuem metabólitos secundários que estãorelacionados com mecanismos de defesa e com a atração ou repulsãode diferentes insetos.

Maranhão (1954) relacionou cerca de 2.000 plantas com propriedades inseticidas, sendo estas distribuídas em 170 famílias, e de acordo com Schumutterer (1990), dentre as principais famílias de plantas com efeito inseticida destacam-se Meliaceae, Asteraceae, Lamiaceae, Aristolochiaceae eAnnonaceae.

Os efeitos dos inseticidas botânicos sobre os insetos são variáveis e podem ser repelente, tóxico, modificar o comportamento e/ou desenvolvimento, causar esterilidade ou reduzir aalimentação.

Algumas vantagens provenientes do uso de extratos de plantas como inseticidas são: rápida degradação, ou seja, permanecem por pouco tempo no ambiente, reduzindo possíveis impactos; rápida ação sobre os insetos; baixa toxicidade a mamíferos; geralmente são pouco danosos a inimigos naturais, principalmente devido ao baixo efeito residual; a maioria não é fitotóxica (Cloyd, 2004).

Diante do exposto, pode-se notar que os produtos naturais extraídos de diversas espécies de plantas consistem em uma ampla fonte de substâncias bioativas e que podem ser importantes aliados do manejo integrado de pragas (MIP).

Esse método alternativo é uma prática que pode ser utilizada em conjunto com outros métodos de controle, realizando um manejo mais adequado, permitindo a manutenção do equilíbrio ambiental e reduzindo os residuais químicos e a toxidez em todo o ambiente.

Essa matéria você encontra na edição de março 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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