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Adjuvantes agrícolas viabilizam a redução do volume de aplicação em soja

Luís Antônio S.de Azevedo

Professor do Depto de Entomologia e Fitopatologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Instituto de Ciências Biológicas

luisasa@ufrrj.br

A soja ocupa a maior área agrícola do Brasil, com recorde de 34 milhões de hectares plantados na safra 2017/18. O sucesso da produção de soja no País depende de medidas integradas ao sistema de produção, visando reduzir riscos, perdas e custos.

Dentre os principais fatores que reduzem a produtividade agrícola de soja estão as doenças, com destaque para a ferrugem (Phakopsorapachyrizi), a mais severa delas, que ocorre em todo o território nacional, causando perdas que variam entre 10 e 90% de produtividade.

Os adjuvantes

A cultura da soja é a que tem maior consumo de adjuvantes no Brasil. Estimativas recentes relatam que são consumidos cerca de 50 milhões de óleo emulsionável no País, entre óleo vegetal e mineral, dos quais 35 milhões só nas lavouras de soja.

A utilização de adjuvantes na cultura apresenta uma série de vantagens, dentre elas: aumenta a deposição das gotas na planta, diminui a deriva e permite, em muitas situações de campo, a redução do volume de calda, com economia de água.

Os adjuvantes melhoram a performance dos produtos fitossanitários nas diferentes situações de campo, principalmente quando utilizados em mistura de tanque. São compostos sem qualquer atividade biológica sobre plantas invasoras, patógenos e insetos, que melhoram de forma geral a eficácia da aplicação dos produtos fitossanitários. Na prática, os modernos adjuvantes melhoram a molhabilidade, a espalhabilidade e a penetrabilidade dos produtos no alvo biológico.

 

Crédito Jacto
Crédito Jacto

Pesquisas

Diversos trabalhos de pesquisa conduzidos no campo demonstram que é possível a redução do volume de aplicação em soja para o controle da ferrugem. Um dos trabalhos realizados por mim, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, na safra 2015/16, obteve resultados bem consistentes, com redução do volume de calda de 100 para 50 litros, desde que sejam utilizados adjuvantes recomendados pelos fabricantes específicos para os fungicidas registrados para a ferrugem.

Nessa pesquisa foram avaliados os fungicidas: azoxistrobina + ciproconazole + nimbus; azoxistrobina + ciproconazole + nimbus + mancozebe; azoxistrobina + benzovindiflupir + nimbus; azoxistrobina + benzovindiflupir+ nimbus + mancozebe; trifloxistrobina + protioconazole + aureo; trifloxistrobina + protioconazole + aureo + mancozebe; azoxistrobina + ciproconazole; azoxistrobina + benzovindiflupir; trifloxistrobina + protioconazole.

Todos os produtos foram testados nos volumes de 100 e 50 litros por hectare em três aplicações (R1, R3 e R5.1). Além de não haver diferenças em relação à severidade, desfolha e peso de mil grãos, não houve diferenças significativas quando se avaliou a cobertura dos folíolos de soja.

Em termos de cobertura avaliada pelo número de gotas por cm2, não houve diferença entre os volumes de 100 e 50 L/ha-1.Todos os produtos proporcionaram um número mínimo de 70 gotas/cm2,o que é considerado muito bom para a avaliação da cobertura da pulverização.A adição dos adjuvantes específicos aos fungicidas melhorou a cobertura dos folíolos de soja.

A tendência atual é cada vez mais a redução dos volumes de aplicação em soja,tanto em aplicações terrestres como aéreas.

Essa matéria você encontra na edição de junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

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