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Algas marinhas aumentam produtividade da soja em 18 sacas

Nilva Terezinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

As algas marinhas são fontes de várias vitaminas e outras substâncias, como glicoproteínas, como o alginato e aminoácidos que podem funcionar como bioestimulantes vegetais.

Ainda, as algas marinhas são ricas em estimulantes naturais como: auxina (hormônio do crescimento que governam a divisão celular), giberelina (induz floração e alongamento celular) e citocinina (hormônio da juventude e retardamento da senescência).

É fonte de antioxidantes, substâncias produzidas a partir do metabolismo secundário das algas que estimulam a proteção natural dos vegetais contra pragas e doenças.

Benefícios

O emprego de formulados compostos de algas marinhas no sistema produtivo pode proporcionar a produção de fioalexinas (indutoras de resistência das plantas às doenças e pragas), fortalecendo os mecanismos de resistência das plantas, assim como a vida microbiológica do solo.

Tornam as plantas menos vulneráveis às variáveis abióticas, como temperatura, raios ultravioletas, salinidade, seca, etc. Destacam-se, entre as algas marinhas, a Ascophyllumnodosum, relatada como a mais bioativa, a Laminaria digitata, rica em indutores de fitoalexinas) e a Lithothamniumsp (alga calcária).

Entre os componentes bioativos das algas marinhas estão substâncias como o polissacarídeo laminarana (polímero de beta glucana), com propriedades fungistáticas, bactericidas e inibidoras de desenvolvimento de nematoides. Ainda, as algas apresentam em sua composição indutores de resistência, os elicitores, moléculas que estimulam as respostas de defesa de plantas contra patógenos.

A Laminarana estimula a atividade de enzimas como fenilalanina amônia liase, lipoxigenase e propicia o acúmulo de ácido salicílico, sem causar danos às células vegetais, entre outros aspectos. Já a carragenana, um polissacarídeo sulfatado encontrado na parede celular de algas marinhas vermelhas, induz o acúmulo de ácido salicílico e de outros compostos, aumentando a expressão de genes relacionados às defesas contra patógenos.

As paredes celulares da Lithothamniumsp são constituídas de celulose e de uma camada externa de mucilagem, que pode ser galactana (como ágar e carragenana). Esta espécie deposita carbonato de cálcio em suas paredes celulares, o que lhe dá um aspecto rígido. A alga calcária, quando morre, fica com a coloração branca, assemelhando-se a um esqueleto calcário.

Estes depósitos são atualmente explorados para a fabricação de corretivos e adubos. É considerado um produto nobre que possui alta reatividade, rico em mais de 40 nutrientes minerais e orgânicos, altamente solúveis e naturalmente equilibrados pelo meio ambiente.

De acordo com pesquisas, na agricultura tem-se percebido um aumento da produtividade em até 50% com o seu emprego.

- Pesquisas confirmam que as algas aumentam a produtividade em até 50% - Fotos Shutterstock
– Pesquisas confirmam que as algas aumentam a produtividade em até 50% – Fotos Shutterstock

Para o solo

Menciona-se que o efeito corretor de acidez do solo das algas calcárias é superior ao do calcário tradicional, pois a sua solubilização é mais rápida. Além do efeito corretivo, disponibiliza rapidamente cálcio e magnésio às plantas, contribui fornecendo outros nutrientes, é portador de bioestimulantes naturais, promove maior absorção e aproveitamento dos nutrientes, favorecendo, assim, o desenvolvimento das plantas e a produção.

O material é rico em macro e micronutrientes de plantas. Além disso, a porosidade de tal alga ocasiona um rápido reequilíbrio físico-químico do solo, tornando-o mais fértil. As vantagens do seu emprego corretivo são: corrige mais rapidamente o pH do solo; aumenta a disponibilidade de nutrientes essenciais; promove o aumento de atividades biológicas no solo, pois possui matéria orgânica em sua composição; acarreta redução de utilização de outros fertilizantes; possui poder de retenção de água, o que garante a umidade do solo; aumenta a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) do solo, favorecendo a disponibilidade e absorção de outros nutrientes pelas plantas, tanto pela presença da parcela orgânica como pela correção imediata da acidez do solo na rizosfera, motivada por uma alta microporosidade do produto (mais de 40% de seu volume).

As algas corrigem mais rapidamente o pH do solo - Fotos Shutterstock
As algas corrigem mais rapidamente o pH do solo – Fotos Shutterstock

Ação e reação

A introdução de produtos com algas marinhas na agricultura:

† Favorece a divisão celular, por ser rica em estimulantes naturais e nutrientes;

† Melhora o enraizamento dos vegetais, o que possibilita o melhor uso do solo, de água e de nutrientes: o enraizamento será mais abundante e eficiente.

† A alta concentração de alginato, um polissacarídeo que compõe a estrutura da parede celular das algas, faz com que elas armazenem água nas células e permaneçam hidratadas por todo o período que passam expostas ao sol. O alginato desempenha no solo o papel de reter água e agregar as partículas do solo, proporcionando um ambiente ideal para o desenvolvimento das raízes e absorção dos nutrientes;

† Promove a redução de abortamento de flores e frutos;

† Maior resistência a condições adversas (frio, salinidade, estresse hídrico, pragas e doenças, etc.), devido ao efeito de sua presença na formação de fitoalexinas e no enraizamento;

† Correção da acidez do solo (algas calcárias);

† Fornecimento de nutrientes às plantas;

† Estímulo da atividade fotossintética vegetal: sua aplicação, pela riqueza em estimulantes naturais, aumenta os teores de clorofila, pigmento responsável por tal processo.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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