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Cobertura morta do solo na proteção da lavoura cafeeira

Julio Cesar Freitas Santos

Pesquisador fitotecnista da Embrapa Café

julio.cesar@embrapa.br

Crédito Veloso Trading
Crédito Veloso Trading

O manejo integrado das plantas daninhas na lavoura cafeeira busca sempre o aprimoramento de técnicas e de recursos alternativos de controle, tendo-se como exemplo as práticas de cobertura viva e morta do solo, que podem tanto inibir a infestação de plantas daninhas como melhorar a conservação do solo e o aspecto nutricional do cafeeiro, com custo reduzido.

A manutenção da cultura totalmente livre de plantas daninhas é impossível e indesejável, devido a afetar a vida biológica do solo, a fitossanidade da cultura e a conservação do solo, requerendo que seja mantida certa densidade de plantas daninhas, possibilitando uma melhor coexistência com o cafezal num equilíbrio desejável de interferências entre ambas.

Pode-se destacar como vantagem na manutenção controlada dessa vegetação de plantas daninhas nas entrelinhas do cafezal, a preservação do habitat de alguns inimigos naturais das pragas do café, principalmente do bicho-mineiro (Perileucopteracoffeella), colaborando com a realização do controle biológico e diminuindo a aplicação de defensivos agrícolas.

Atenção

O controle das plantas daninhas exige atenção o ano inteiro - Crédito Ana Maria Diniz
O controle das plantas daninhas exige atenção o ano inteiro – Crédito Ana Maria Diniz

O controle das plantas daninhas ou plantas infestantes exige atenção o ano inteiro, tanto na época chuvosa como na seca, se destacando por exercer influência direta na rentabilidade da cultura, interferindo no nível de produção e afetando seu custo anual.

Na época da estiagem, geralmente ocorrendo no período de maio a setembro, pode ocorrer competição por água com o cafeeiro devido à infestação de plantas daninhas, causando déficit hídrico na lavoura cafeeira e interferindo negativamente no florescimento e na produtividade do cafeeiro.

O escalonamento e a desuniformidade da florada dos cafeeiros se constitui um desafio constante para produtores e técnicos, estando essa subordinada à quantidade de chuva, umidade do solo, índice de insolação, temperatura média e manejo de proteção da lavoura.

Proteção para o solo

Técnicas de proteção do solo contribui para aumento da produtividade - Crédito Shutterstock
Técnicas de proteção do solo contribui para aumento da produtividade – Crédito Shutterstock

A aplicação de técnicas de proteção do solo nas entrelinhas do cafezal consiste em utilizar práticas que podem minimizar o déficit hídrico na época da estiagem, sendo, portanto, uma das maneiras de contribuir para a uniformização da florada e aumento da produtividade do cafezal.

A utilização de cobertura morta consiste numa prática alternativa e eficiente na proteção do solo, podendo-se fazer uso de resíduos das podas de leguminosas ou gramíneas intercaladas na lavoura, palhadas do roço de plantas daninhas, subproduto de beneficiamento, como a casca de café e de arroz, e outros resíduos existentes dentro e fora da propriedade rural.

A cobertura morta do solo, além de evitar as altas temperaturas no perfil e reter a água para a lavoura, enriquece esse solo com matéria orgânica, nutrientes e ainda reduz o nível de infestação de plantas daninhas.

A casca de café é excelente fornecedora de matéria orgânica, rica em potássio e nitrogênio, melhora a capacidade de retenção de umidade pelo solo, diminui a temperatura nas camadas superficiais, melhora o arejamento do solo, colabora no controle da erosão e reduz a infestação de plantas daninhas. A casca de café poder fazer parte da compostagem, pois apresenta baixa relação carbono/nitrogênio, com alta taxa de degradação.

Com a cobertura morta contribuindo para a maior retenção da água no solo, principalmente na época da estiagem, isso promove condições favoráveis à manutenção e crescimento do sistema radicular do cafeeiro, implicando em melhor desenvolvimento vegetativo e produtivo.

Alternativas

Outra forma de obtenção de resíduos para cobertura morta do solo resulta do cultivo intercalar de leguminosas ou de gramíneas nas entrelinhas do cafezal, que devem ser manejadas ou cortadas no final do período chuvoso para posterior formação de camada seca de palha.

As leguminosas beneficiam o solo e a cultura principal por meio da capacidade de fixação de nitrogênio como as espécies: amendoim forrageiro (Arachispintoi), labe-labe (Dolichoslablab), crotalária (Crotalariaspectabilis), desmódio (Desmodiumovalifolium), feijão-de-porco (Canavaliaensiformis) e mucuna (Stizolobium sp.).

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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