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Silício x nematoides na cana-de-açúcar

Luís Paulo Benetti Mantoan

Doutorando em Ciências Biológicas (Botânica) UNESP – Botucatu.

Carla Verônica Corrêa

Doutoranda em Agronomia UNESP, Botucatu.

cvcorrea1509@gmail.com

Crédito Shutterstock
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Os nematoides são organismos que apresentam forma cilíndrica, com ausência de segmentos no corpo e podem ser encontrados em ambiente aquático e terrestre. A maioria das espécies apresenta vida livre, alimentando-se de microrganismos como bactérias, fungos e até de outros nematoides.

Contudo, existem algumas espécies que apresentam importância agrícola por serem fitoparasitas, os quais se alimentam de raízes, rizomas e tubérculos causando danos a estes órgãos, com consequente redução na produção de diversas culturas, como a cana-de-açúcar.

As espécies de nematoides mais conhecidas por atacarem a cana-de-açúcar são:Meloidogyne javanica, Pratylenchus zeae e Meloidogyne incognita, sendo esta última a mais comum e mais danosa para a cultura. Em campo, os sinais que podem indicar a presença de nematoides são áreas com plantas menores e cloróticas em relação às demais plantas não atacadas.

Além disso, também apresentam murcha nas horas mais quentes do dia em decorrência do dano ao sistema radicular, prejudicando tanto a absorção de água como de minerais. Porém, para que seja confirmada a presença destes nematoides, é necessário realizar análise do solo e das raízes de plantas com tais sintomas para que se tenha conhecimento da espécie e do tamanho da população.

Danos

Crédito Shutterstock
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Os nematoides, ao se alimentarem do sistema radicular, causam danos à absorção de água e nutrientes, resultando em redução no crescimento e formação dos colmos da cana-de-açúcar, com consequente redução na produção. Além disso, um sistema radicular debilitado pode levar ao acamamento das plantas, dificultando a colheita e diminuindo a área de contato das folhas com a luz do sol.

Durante a alimentação, as espécies do gênero Meloidogyne injetam toxinas no sistema radicular, resultando na formação de galhas nas raízes que podem ser visualizadas como nódulos. Enquanto isso, as espécies do gênero Pratylenchus deixam estrias de necrose nas raízes que funcionam como porta de entrada para doenças.

Ação do silício

 Os nematoides, ao se alimentarem do sistema radicular, causam danos à absorção de água e nutrientes - Crédito Luize Hess
Os nematoides, ao se alimentarem do sistema radicular, causam danos à absorção de água e nutrientes – Crédito Luize Hess

Existem diversas formas de controle para os nematoides, que variam desde o uso de nematicidas aplicados no sulco durante o plantio até a rotação de cultura durante o período de reforma da cana-de-açúcar.

Uma alternativa que pode auxiliar de forma preventiva e até mesmo curativa na redução dos prejuízos ocasionados pelos nematoides é a aplicação de silício, que atua de forma preventiva ao ataque dos nematoides a partir do momento em que este elemento apresenta deposição na parede celular, tornando-a mais rígida contra a tentativa do nematoide de se alimentar da célula.

Contudo, o silício também pode atuar como um curativo para os danos causados pelos nematoides. É conhecido que o silício estimula tanto a expressão como a atividade de enzimas antioxidantes, sendo estas enzimas de grande importância na limpeza das espécies reativas de oxigênio.

Tais espécies são consideradas tóxicas para as plantas e surgem como consequência do ataque dos nematoides às raízes. Além disso, alguns nematoides injetam toxinas que também estimulam a síntese das espécies reativas de oxigênio.

Portanto, o silício pode atuar tanto como preventivo como auxiliar na cura dos danos causados pelos nematoides.

Na cana

Com base nos efeitos benéficos que o silício proporciona para as plantas de forma geral, pode-se dizer que em cana-de-açúcar ele apresenta uma relação negativa com os nematoides.

A aplicação deste elemento em cana-de-açúcar onde os nematoides estão presentes pode contribuir para a redução nos prejuízos causados por estes fitoparasitas. Entretanto, apenas o uso do silício não é suficiente para que haja um controle eficiente dos danos causados por nematoides, principalmente se em uma determinada área a concentração do parasita for alta.

Para que um controle eficiente seja feito, é necessário aliar o uso do silício com outras formas de combate aos nematoides.Desta forma, deve-se ter em mente que o uso de silício na cultura atacada por nematoides servirá como um complemento para as demais medidas de controle do fitoparasita.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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