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Gesso suaviza estresse hídrico

Maria Ligia de Souza Silva

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

mlsousi@hotmail.com

Crédito Maria Lígia

O Brasil tem uma enorme área de solos ácidos em todas as regiões, com predominância de elevadas saturações por alumínio e baixos teores de cálcio ao longo do perfil. Esta condição impede o bom desenvolvimento radicular em subsuperfície para muitas culturas, significando plantas mais suscetíveis a períodos de falta de água, limitando a produção.

A calagem é uma prática importante para a correção da acidez, no entanto, a área de ação se restringe à camada superficial do solo. Pensando em subsuperfície, temos como opção o gesso, um sal solúvel que penetra no solo e pode amenizar a acidez em profundidade, permitindo o desenvolvimento radicular das culturas.

Um sistema radicular bem desenvolvido é fundamental para o sucesso de qualquer cultura, pois as raízes atuam como elementos de suporte na matriz física do solo e órgão de absorção de água e de minerais e de armazenamento de diversos nutrientes em certos estádios fenológicos, como minerais, amido e aminoácidos.

O gesso agrícola é um condicionador de solo que melhora as condições físicas ou físico-químicas do mesmo, refletindo na retenção de umidade. Sua finalidade, além de fornecer cálcio e enxofre, é de promover, por meio de ligação com sulfato, o caminhamento em profundidade de bases, como o próprio cálcio, e também do magnésio e potássio.

 

Aplicação do gesso

 

A aplicação do gesso agrícola é realizada a lanço, devido à alta solubilidade, não necessitando de sua incorporação. Para decidir sobre a recomendação de aplicação de gesso agrícola, deve-se observar que as camadas subsuperficiais do solo (20 a 40 cm ou 30 a 60 cm) apresentem as seguintes características: ≤0,3 cmolc dm-3 de Ca2+ e/ou >0,5 cmolc dm-3 de Al3+ e/ou >40% de saturação por Al3+.

As fórmulas para recomendação são muitas e baseadas em diversos fatores, como: textura do solo, com base na determinação de fósforo remanescente, determinação da necessidade de calagem, teor de argila, entre outros. Ainda não se estabeleceu um padrão para a recomendação de gessagem e esta é uma área que necessita de muitos estudos.

Dentre os métodos, três deles são mais utilizados, o de Lopes (1986) que sugere substituir 25% do CaO do calcário por CaO do gesso, quando a necessidade de calcário é determinada pelo método da saturação por bases.

Caso seja determinada a necessidade de calagem pelo método baseado nos teores de alumínio, cálcio e magnésio trocáveis, sugere-se adicionar, na forma de gesso, mais 25% de CaO além do que já é adicionado via calcário.

Sousa (1988) já sugere a aplicação de gesso em função do teor de argila do solo. Lopes e Guilherme (1992) sugere o uso da seguinte fórmula para culturas anuais: NG (kg/ha) = 40 x argila (%). Quando for cultura perene, deve-se multiplicar por 1,5.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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