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sábado, novembro 23, 2024
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Banana orgânica: Um mercado potencial

Autores

Luana Keslley Nascimento Casais
luana.casais@gmail.com
Rhaiana Oliveira de Aviz
rhaianaoliveiradeaviz@gmail.com
Engenheiras agrônomas – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Luciana da Silva Borges
Doutora e professora – UFRA, campus Paragominas, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Horticultura da Amazônia (Hortizon) e Núcleo de Pesquisa em Agroecologia (NEA)
luciana.borges@ufra.edu.br
Fotos: Shutterstock

Hoje o mercado da bananicultura é um dos mais produtivos do território nacional, sendo esta a fruta a mais consumida dentre os brasileiros e a segunda mundialmente. A bananeira tem fácil adaptação a diversos climas e sistemas, sendo muitas vezes utilizada em policultivos e quintais agroecológicos, beneficiando não só a produção desta cultura, como de outras quando plantadas em consórcio.

Além dos benefícios citados anteriormente, o que se mostra mais interessante na visão dos agricultores é o fato de a bananeira ser bem receptível à adubação orgânica, em que são utilizados resíduos principalmente da própria bananeira, sendo dela aproveitada praticamente dois terços de toda fitomassa produzida, acarretando um ganho de aproximadamente 70% de restituição de tudo que é produzido pela planta ao solo novamente.

O Brasil produz 485 mil hectares de banana e o cultivo orgânico só ocupa 0,5% de toda banana produzida no Brasil. Sendo assim, este é um mercado em ascensão pelos produtores e que está sendo bastante visado, principalmente por acarretar redução de custos, já que o produtor está isento do uso de agroquímicos no plantio, não havendo necessidade de gastos eventuais com defensivos e adubos minerais.

O produtor pode fazer uso de coberturas viva ou mortas no plantio e adubos que podem ser formulados pelo próprio agricultor, reutilizando materiais antes descartados como resíduos industriais (casca de arroz e resíduo de soja), além da própria fitomassa da bananeira, que com o tempo se torna inutilizada pela planta.

Manejo orgânico

No sistema de cultivo da bananeira é muito importante começar fazendo uma boa escolha do material genético a ser implantado, priorizando cultivares que sejam adaptadas ao clima da região onde se deseja fazer o cultivo. Atualmente, ainda não existem cultivares desenvolvidas somente para cultivo orgânico, e por isso apenas o manejo é diferenciado.

Para o plantio, é interessante que o terreno seja plano ou levemente ondulado. É importante que o solo seja profundo e bem drenável, pois as raízes podem atingir mais de um metro de profundidade. Apesar do seu plantio ser possível em todas as partes do País, as melhores condições para que haja uma maior produtividade em questão de temperatura fica em torno de 15 a 35ºC e umidade relativa superior a 80%.

 A disposição das mudas em linhas duplas de plantio (4 x 2 x 2 m) tem se mostrado promissora, sendo no coveamento a profundidade de 30 a 40 cm a mais indicada. Esta é a forma mais adequada para o plantio. A partir do plantio é importante proceder com uma adubação orgânica nas plantas, sendo o esterco bovino e de galinha os maiores provedores de nitrogênio às bananeiras.

Daninhas em questão

As bananeiras são sensíveis a plantas competidoras, como as daninhas, fazendo-se necessário uma capina constante pelo menos nos primeiros cinco meses do plantio, podendo utilizar equipamentos como enxadas ou roçadeiras no controle das daninhas, assim como também pode-se utilizar de coberturas mortas ou outros métodos de controle.

Também é importante fazer desbaste do excesso de rebentos produzidos pelas bananeiras, evitando o perfilhamento e a competição por nutrientes na produção de cachos. Quando há produção de cachos, para uma boa produção é importante que se faça a eliminação do coração ou mangará e da última penca, retirando os frutos da última penca e deixando apenas os frutos centrais. Isto vai possibilitar uma colheita com cachos mais homogêneos e frutos mais longos e grossos, evitando-se a penca refugo de menor valor no mercado.


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