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sábado, novembro 23, 2024
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Ano de calor e seca, atiça curiosidade do cafeicultor

Autor

José Donizeti Alves
Doutor e professor titular da Universidade Federal de Lavras (UFLA)
jdalves@ufla.br
Crédito: Netafim

Em anos de muito calor e seca é comum aparecer nas lavouras de café, agrupamentos de plantas com flores “estrelinhas”. Desta vez demorou, mas aconteceu. Recebi relatos de cafeeiros com quase 100% de suas flores do tipo estrelinhas, em várias regiões de Minas Gerais.

A maioria deles descreve que o fenômeno não é generalizado na lavoura, mas que aparece em várias plantas, em áreas definidas do tipo reboleiras, facilmente visualizadas em campo. Ainda que, de maneira geral, o percentual de plantas com flores estrelinhas não seja muito grande, sempre existe a dúvida se elas vingam ou não.

Aproveito então este momento para esclarecer algumas questões sobre o assunto, considerando que o tema é complexo, e sem o devido conhecimento técnico é de difícil entendimento.

Entenda

De início, é bom esclarecer que, embora ainda não se tenha a dimensão do fenômeno em larga escala, a presença de estrelinhas nas lavouras de café é um aviso, uma resposta das plantas ao clima adverso de que algo está fugindo da normalidade.

Estudos sobre a biologia floral do cafeeiro descrevem esse tipo de flor como uma “anomalia fisiológica” que ocorre antes da antese, depois de longos períodos de escassez hídrica e ondas elevadas de calor seguidos por chuvas, ainda que pequenas.

Condições extremas de seca e altas temperaturas interferem na formação das estruturas reprodutivas (androceu, gineceu, ovário, etc.). Desse modo, os botões florais ainda não estão preparados para a fecundação e antese, uma vez que não se desenvolveram completamente.

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