O estudo feito em 26 áreas, incluindo locais considerados como de Áreas de Alto Valor de Conservação das empresas no Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, registrou 313 espécies animais e 473 espécies vegetais
A primeira etapa de monitoramento integrado de biodiversidade territorial em quase 900 mil hectares, sob a gestão das empresas Veracel e Suzano, trouxe resultados animadores para os pesquisadores.
Foram registradas 313 espécies animais e 473 espécies vegetais, somente nesta primeira amostragem. “Encontramos uma diversidade espetacular. Acredito que teremos muitas novidades nas próximas campanhas.”, comemora Virginia Londe de Camargos, coordenadora de Estratégia Ambiental e Gestão Integrada da Veracel.
“Um achado”, complementa, chamou a atenção dos biólogos: a ocorrência de uma espécie vegetal ainda não conhecida pela ciência está em processo de descrição. A espécie foi registrada em uma das áreas monitoradas no estado de Minas Gerais, em 2019.
Realizada entre os meses de agosto e dezembro, a amostragem compreendeu várias Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVCs) da Suzano e da Veracel espalhadas em três Estados – Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais, daí o motivo de ter sido apelidado de “monitoramento BAMGES”.
O foco é em três grupos: flora, aves e mamíferos de médio e grande porte. No grupo de aves, os pesquisadores registraram 284 espécies, o que evidenciou mais ainda a dimensão de riqueza do ambiente e confirmação do potencial regional para a prática do turismo sustentável, conhecida como observação de aves, ou, em inglês, “birdwatching”.
Banco de dados
Além de constatar a presença de inúmeras espécies, a base de dados será rica em informações que poderão subsidiar novas pesquisas e direcionar políticas públicas em ações de conservação ambiental. “Essa multiplicidade de informações deve ser usada por múltiplos atores. Reafirmamos a convicção de termos cada vez mais parceiros nessa jornada”, afirma Yugo Matsuda, gerente de Sustentabilidade da Suzano.
Para realizar o monitoramento nas AAVCs, a equipe de 24 pesquisadores da Casa da Floresta, consultoria responsável pelo monitoramento, utiliza binóculos, armadilhas fotográficas (câmeras trap) e softwares para análise dos dados.
As AAVCs são áreas naturais, podendo ser florestas, ambientes rupestres, ou outros ecossistemas como restingas e muçunungas, que possuem valores ambientais significativos, como proteção de bacias hidrográficas, concentração de espécies ameaçadas de extinção, áreas de uso costumeiro pelas comunidades locais, entre outros.
“O monitoramento é ainda mais relevante, pois vai contribuir para a conservação em uma região ecologicamente importante, com espécies ameaçadas e endêmicas”, destaca Elson Fernandes de Lima, gerente de projetos da Casa da Floresta. A pesquisa envolve a realização de duas campanhas ao ano em cada uma das áreas: uma no período chuvoso e outro na seca.
Este ciclo tem previsão de término em 2021, quando as áreas deverão ser avaliadas conjuntamente e planejadas ações de conservação da biodiversidade em escala regional.
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