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segunda-feira, abril 29, 2024
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Nutrição foliar: Desenvolvimento acelerado do algodoeiro

Autores

Sarah Maysa Perim Silva
saraahpe@gmail.com
Arthur Felipe Eustáquio e Silva
arthurestaqui22@gmail.com
Graduandos em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Roberta Camargos de Oliveira
Engenheira agrônoma, pós-doutoranda – Universidade Federal de Uberlândia (ICIAG-UFU)
robertacamargoss@gmail.com
Fernando Simoni Bacilieri
Engenheiro agrônomo e doutor em Produção Vegetal – UFU
ferbacilieri@zipmail.com.br
Crédito: Shutterstock

O algodoeiro (Gossypium spp.) é uma cultura de grande importância econômica para o Brasil, que atualmente é o quarto maior produtor mundial. Além da fibra, o caroço também é utilizado na fabricação de ração e para extração de óleo. Na safra 2019 o País produziu cerca de 5,6 milhões de toneladas, um grande marco em produtividade (IBGE, 2019).

Para produzir cada vez mais, com maior qualidade de fibra, a cadeia produtiva do algodoeiro precisa investir em alternativas que otimizem ao máximo a produção, e uma maneira de fazer isso é realizando um adequado manejo nutricional.

A adubação no algodoeiro tende a padronizar o ciclo e o tamanho das plantas, aumentar o peso dos capulhos e melhorar determinadas qualidades da fibra.

Nutrição equilibrada

Os nutrientes essenciais às plantas desempenham funções específicas no seu metabolismo. Nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), por serem requeridos em grandes quantidades (kg ha-1), são conhecidos como macronutrientes.

Já boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), molibdênio (Mo), e níquel (Ni) são requeridos em pequenas quantidades (g ha-1), logo, denominados de micronutrientes.

Entre os nutrientes utilizados na cultura do algodoeiro, o N é o mais absorvido e exportado, pois compõe a molécula da clorofila e, além disso, participa da expansão foliar e, desse modo, a sua presença está diretamente ligada à habilidade fotossintética da planta.

A deficiência de N pode alterar a atividade enzimática da rubisco e a fotossíntese líquida, afetar o índice de área foliar e a quantidade e qualidade de energia solar absorvida pelas folhas. Dessa forma, esse nutriente deve ser corretamente manejado para evitar deficiências e impactos na produtividade.

Outro elemento vital para o desenvolvimento do algodoeiro é o K. Por ser ativador de reações enzimáticas, a sua presença no ciclo do algodão é fundamental para o funcionamento do seu metabolismo. Adicionalmente, o K tem papel importante na quantidade e qualidade da fibra produzida, visto que é ele que conserva o potencial osmótico e a absorção de água no decorrer da formação da fibra, tendo influência direta na formação de capulhos.

Boro

O boro (B) é um micronutriente indispensável na adubação, entre as suas importantes funções na planta se destaca a sua participação nos processos de transporte de açúcares e na composição da parede celular.

Contudo, o B é um elemento com comportamento imóvel na planta e Santos, Cerutti e Wille (2019) observaram que o seu uso na adubação foliar na cultura da soja no estádio reprodutivo proporcionou uma maior massa de mil grãos. Possivelmente esses resultados se devam ao comportamento do B na planta e o período reprodutivo ser de alta demanda deste nutriente pelas plantas.

Os bons resultados no cultivo do algodão, em parte estão relacionados a um adequado manejo de adubação, principalmente de N e K. Uma maneira de potencializar a utilização desses nutrientes é o uso de adubação foliar complementar, que tem mostrado ser uma alternativa passível de amenizar problemas de deficiência nutricional durante o desenvolvimento da cultura.

Via folha

A adubação foliar é uma técnica de manejo nutricional das plantas, utilizada complementarmente à adubação via solo, especialmente nos períodos do ciclo em que há uma maior exigência de nutrientes pela cultura, auxiliando na chegada ao equilíbrio nutricional.

A grande vantagem está na sua capacidade de promover uma rápida correção da deficiência, e mais que isso, a adubação foliar é um mecanismo de baixo custo, de menor potencial para fitotoxicidade e ainda pode ser combinada às pulverizações de alguns defensivos agrícolas, otimizando assim a atividade.

Bons resultados podem ser obtidos pela adubação foliar quando se consegue aplicar o nutriente necessário no local adequado, na época certa, na quantidade correta e ainda se dispuser de tempo suficiente para a absorção.

Para a tomada de decisão de aplicar nutrientes via adubação foliar, a análise de folhas é uma ferramenta muito importante na avaliação do estado nutricional da planta, uma vez que elas representam o principal compartimento da planta relacionado ao seu potencial produtivo e complementa as informações obtidas pela análise do solo.

A adubação foliar na cultura algodoeira é uma prática que pode ser facilmente executada, pois o manejo do algodão exige uma grande quantidade de entradas na lavoura para pulverização de fitossanitários, o que oferece a oportunidade de combinar a atividade de controle de pragas com a aplicação de nutrientes em uma só operação.

Complemento nutricional

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