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Calagem com fósforo garante melhor correção do solo

 

Djalma Martinhão Gomes de Sousa

Pesquisador da Embrapa Cerrados

djalma.sousa@embrapa.br

 Calagem com fósforo garante melhor correção do solo - Crédito Jean Carlo
Calagem com fósforo garante melhor correção do solo – Crédito Jean Carlo

Uma das vantagens da calagem é proteger o fósforo de ficar retido no solo, deixando-o mais disponível para as plantas.Outra vantagem seria propiciar às culturas um bom desenvolvimento de suas raízes para que possam absorver o fósforo.

O fósforo é um nutriente absorvido pelas raízes por um mecanismo chamado difusão, e devido à baixa concentração desse elemento na solução do solo e à planta retirar o fósforo do solo a pequenas distâncias das raízes, é necessário um amplo sistema radicular para que a quantidade adequada de fósforo seja absorvida, gerando bons rendimentos agrícolas.

Figura 1: Desenvolvimento do sistema radicular de soja e milho com aplicação de calcário.

 Figura 1

Para que as plantas tenham quantidade suficiente de raízes para absorver o fósforo e outros nutrientes, é necessário aplicar calcário ao solo, que reduz a toxidez do alumínio (que inibe o crescimento das raízes das plantas), fornece cálcio e magnésio. É preciso ter o cuidado de não aplicar calcário em excesso, o que poderá induzir deficiência de micronutrientes, em especial o manganês.

Correção eficiente do solo

A correção da acidez deve ser feita nas camadas superficiais (0 a 20 cm), com calcário, e subsuperficiais (20 a 60 cm) com gesso. Isso possibilitará maior desenvolvimento do sistema radicular das culturas, garantindo assim maior eficiência dos nutrientes aplicados, bem como da água armazenada no solo.

A prática utilizada para correção da acidez na camada superficial (0 a 20 cm) do solo é a calagem. O índice de pH em água a ser atingido é de 5,5 a 6,3, pois neste intervalo as plantas terão boas condições de assimilação dos nutrientes essenciais, como: fósforo, potássio, enxofre e nitrogênio, sem prejuízos para a adequada absorção de micronutrientes.

Uma calagem bem feita irá neutralizar o alumínio do solo e fornecer cálcio (Ca) e magnésio (Mg) como nutrientes. Além disso, promove o aumento da disponibilidade do fósforo e de outros nutrientes no solo, assim como da capacidade de troca de cátions efetiva e da atividade microbiana, entre outros benefícios.

Recomendações

Para culturas anuais (soja, milho, feijão, trigo, dentre outras), recomenda-se aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 50%, utilizando calcário que complemente o teor de Mg no solo para valores entre 0,5 cmolc/dm3 e 1,0 cmolc/dm3, pelo menos.

A necessidade de calcário é calculada pela fórmula:

N.C. (t/ha) = (V2 – V1)T  x  f

100

Em que:

V2 = Saturação de bases que se deseja

V1 = S/T x 100 = Saturação de bases atual

T = (H + Al + S) cmolc/dm3

S = (Ca + Mg + K) cmolc/dm3

f = Fator de correção da qualidade do calcário

Como a saturação de bases de 50% satisfaz a culturas anuais no Cerrado, a fórmula pode ser transformada para:

N.C. (t/ha) = (T/2 – S) x f

A ficha de análise dos calcários inclui o índice chamado PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total), que indica a qualidade efetiva do calcário. Este índice é, normalmente, diferente de 100%, devendo-se, portanto, corrigir essa diferença por meio do fator f, que é determinado pela fórmula:

f =100

PRNT

Assim, se o valor do PRNT for 80%, o valor de f será 100/80 = 1,25; quando for de 70%, o valor de f será 100/70 = 1,43.

A correção da acidez deve ser feita nas camadas superficiais (0 a 20 cm) - Crédito Luize Hess
A correção da acidez deve ser feita nas camadas superficiais (0 a 20 cm) – Crédito Luize Hess

Outro cuidado que se deve ter é com os solos com CTC menor que 4cmolc/dm-3, em que a saturação por bases de 50% pode não ser suficiente para manter teores de Ca e Mg adequados. Como os menores teores aceitáveis de Ca e Mg são 1,5 cmoc/dm-3 e 0,5 cmoc/dm-3, respectivamente, é possível, nestes casos, calcular a dose de calcário para V de 70%, visando atingir esses teores mínimos de Ca e Mg no solo.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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