17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Grãos Influência do Azospirillum na cana-de-açúcar

Influência do Azospirillum na cana-de-açúcar

 

Valéria Rosa Lopes

Engenheira agrônoma e doutora em Produção Vegetal

agroval@yahoo.com

 

Crédito Valéria Lopes
Crédito Valéria Lopes

O gênero Azospirillum é um dos mais conhecidos e estudados no mundo entre as bactérias promotoras de crescimento vegetal (PlantGrowthPromotingBactéria (PGPB)), sendo que os estudos mostraram efeitos em diversas espécies. No entanto, no Brasil ele não tem sido utilizado de forma comercial na cultura da cana-de-açúcar.

Inoculantes à base de Azospirillum têm sido utilizados para outras espécies da família Poaceae (gramíneas), como arroz e milho, que já possuem inoculante específico liberado pelo Ministério da Agricultura (MAPA), e em fase de estudos com trigo.

No caso da cana-de-açúcar, no Brasil os estudos com inoculantes têm se concentrado em bactérias endofíticas, como Gluconacetobacterdiazotrophicus, Herbaspirillumseropedicae, Herbaspirillumrubrisubalbicans, Azospirillum amazonense e Burkholderia tropica. Entretanto, na Índia, o uso de inoculantes à base de Azospirillum em cana-de-açúcar já é uma prática comum, existindo produtos comerciais para tal finalidade.

De forma geral, o maior número de folhas proporcionado por Azospirillum permite uma maior captação da radiação solar e da taxa fotossintética, levando ao maior acúmulo de matéria seca. De acordo com estudos, de certa forma a maior área foliar em plantas de cana-de-açúcar está correlacionada com o acúmulo de matéria seca, ou seja, maior produtividade (tonelada de cana por hectare).

As principais respostas observadas em plantas inoculadas com essa bactéria são mudanças na morfologia de raízes, como alongamento e aumento de pelos radiculares, aumento de matéria seca na raiz, solubilização de nutrientes, maior absorção de água e micronutrientes, fixação biológica de nitrogênio, além da produção de reguladores vegetais como auxinas, giberelinas e citocininas.

A maior absorção de água e nutrientes pela planta normalmente está relacionada ao maior desenvolvimento do sistema radicular, geralmente promovido por reguladores vegetais como auxinas, e em menor quantidade por citocininas, que promovem o aumento do número de raízes, alongamento e aumento dos pelos radiculares.

Plantas inoculadas com Azospirillum brasilense podem apresentar aumento do número de colmos, altura, diâmetro do colmo e ºBrix.

Recomendações

A população de bactérias promotoras do crescimento vegetal, como as do gênero Azospirillum, normalmente é maior no início do desenvolvimento das plantas, reduzindo ao longo do seu ciclo.

Dessa forma, para plantas que já possuem produtos comerciais à base de bactérias do gênero Azospirillum, como milho e arroz, a aplicação do produto é recomendada antes do plantio, nas sementes.

Na índia, onde esse tipo de inoculante já é utilizado na cana-de-açúcar, a aplicação é feita nos toletes antes do plantio, ficando os mesmos submersos em uma solução, contendo o inoculante por 15 minutos, seguidos do plantio.

Culturas beneficiadas

Conforme já mencionado, bactérias do gênero Azospirillum têm sido mais utilizadas na cultura do milho e arroz, sendo que para a cana-de-açúcar, até o momento, foi elaborado um inoculante à base de cinco bactérias, desenvolvido pela Embrapa Agrobiologia.

Este inoculante é composto pelas bactérias Gluconacetobacterdiazotrophicus, Herbaspirillumseropedicae, Herbaspirillumrubrisubalbicans, Azospirillum amazonense e Burkholderia tropica, todas isoladas de tecidos de cana-de-açúcar. O produto ainda não está disponível comercialmente, mas os resultados mostram um custo-benefício muito favorável à agricultura.

Essa matéria você encontra na edição de julho da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes