17.5 C
Nova Iorque
terça-feira, maio 14, 2024
Início Revistas Grãos A deriva de agroquímicos e seu controle

A deriva de agroquímicos e seu controle

Autor

Marco Antonio Gandolfo
Doutor e professor – Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
Ulisses Delvaz Gandolfo
Doutor e coordenador de Pesquisas do Instituto Dashen
Fotos: Jacto

A otimização do potencial produtivo das lavouras é uma condição determinante para a existência da atividade como negócio, pois maximiza o rendimento com o menor uso de recursos na área cultivada. Estes recursos, como o solo, a água e a luz, sementes, fertilizantes e agroquímicos devem ser utilizados de forma racional para minimizar o desperdício e reduzir os custos de produção.

Além do uso racional, eles devem ser aplicados com segurança e qualidade para atender à necessidade sem prejudicar o ambiente, sendo a deriva de agroquímicos um dos impactos negativos possíveis. Ela caracteriza-se pelo transporte do produto aplicado para um local indesejado.

Além da deriva submeter pessoas, animais e outros cultivos a riscos de desconforto, comprometimento da saúde ou queda da produção, também reduz a quantidade de produto aplicado na área agrícola, minimizando o nível de controle sobre o agente de dano e reduzindo o período residual do produto na proteção da lavoura.

Como a deriva ocorre

Fatores como a condição ambiental no momento da pulverização, o espectro de gotas produzido pelo equipamento e a composição da calda de pulverização são determinantes na ocorrência do problema, pois elevam o tempo de queda e a distância percorrida pela gota antes de chegar ao alvo.

Ambiente

Parâmetros ambientais, como velocidade do vento, temperatura e umidade do ar são os mais relevantes, pois podem favorecer o movimento das gotas para fora da área pelo arrastamento, além de evaporar rapidamente os compostos voláteis das gotas, reduzindo seu peso e favorecendo ainda mais seu movimento.

Períodos de muito calor também promovem o desprendimento ascendente de ar quente do solo que retardam ou impedem a queda das gotas mais leves da pulverização.

Espectro de gotas

A formação das gotas na pulverização pode produzir espectros de gotas mais finas, médias ou mais grossas, dependendo da ponta de pulverização, da pressão operacional e da composição da calda. O mercado brasileiro dispõe de pontas de pulverização para todas as necessidades, bastando, para isso, consultar os modelos e pressões nos catálogos de aplicação ou um técnico habilitado.

Composição da calda

A composição da calda tem efeito sobre a deriva mais difícil de ser previsto, dadas as inúmeras possibilidades de combinações e concentrações entre agroquímicos e o uso de adjuvantes que possam colaborar em sua redução.

Atualmente, a indústria desenvolve formulações ou produtos específicos que permitem que o produtor possa fazer as pulverizações com segurança, minimizando as perdas para o ambiente e potencializando sua eficiência.

Dentre os produtos mais usados estão alguns adjuvantes de calda com características redutoras de deriva e as formulações de baixa volatilidade e com baixo potencial de formação de gotas muito finas. Estes produtos estão difundidos no meio agrícola e são recomendados quando o risco de perdas em evaporação ou deriva é iminente, devendo ser escolhidos por sua segurança.

Como reduzir a deriva

Para atuar com eficiência na redução da deriva, ela deve ser identificada nas condições de trabalho. Diversas são as formas de identificar o potencial de deriva ou sua ocorrência no momento da aplicação. Embora o método visual não tenha grande precisão, ele permite que se possa comparar duas ou mais técnicas com o equipamento ainda parado, pela visualização da direção de movimentação das gotas pulverizadas, possibilitando a seleção daquela mais segura.

Já para a avaliação do potencial de deriva de formulações, pontas de pulverização e adjuvantes, pode-se optar pelos testes de laboratórios em túneis de vento específicos, onde a deriva é coletada e avaliada de forma precisa, caracterizando não somente seu risco, mas também as melhores formas de reduzi-la.

Sendo assim, a associação de tecnologias de formulações mais seguras, adjuvantes com reconhecido efeito na redução da deriva e seleção da ponta de pulverização mais indicada podem reduzir a níveis mínimos as perdas por deriva, compensando-as mesmo nos períodos de maior risco.

Estas medidas contribuirão, sem dúvida, para uma agricultura mais segura e eficiente, permitindo que o setor continue produzindo alimentos e matérias-primas para satisfação nutricional e abastecimento da agroindústria, além de valorizar ainda mais sua contribuição para o crescimento econômico que o Brasil precisa e merece.

Este conteúdo é restrito a membros do site. Se você é um usuário registrado, por favor faça o login. Novos usuários podem registrar-se abaixo.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes

Este conteúdo é restrito a membros do site. Se você é um usuário registrado, por favor faça o login. Novos usuários podem registrar-se abaixo.