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Adensamento otimiza produtividade do cafeeiro

 

Wander Eustáquio de Bastos Andrade

Engenheiro agrônomo e pesquisador da PESAGRO-RIO/CEPDPL

wanderpesagro@yahoo.com.br

Crédito Sérgio Dalessandro
Crédito Sérgio Dalessandro

Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa Participativa, do Programa Rio Rural, em parceria com a Pesagro-Rio, Faperj e o Consórcio Brasileiro de Pesquisa & Desenvolvimento do Café, mostrou que o adensamento dos pés de café eleva a produtividade.

Entre os diversos arranjos de plantas, o espaçamento que se mostrou mais produtivo foi o de 2,0 m entre as linhas de café e 0,5 m de distância entre os pés de café na mesma linha.A diferença entre o arranjo que se mostrou a mais produtiva e as outras combinações é grande, com até 18% a mais na quantidade de sacas por hectare.

Detalhes

Neste ensaio foi utilizada a cultivar Catuai Vermelho IAC 144, com uma planta por cova, procurando-se avaliar o efeito de quatro espaçamentos entre linhas de plantio (1,0; 1,5; 2,0 e 2,5 m) e quatro espaçamentos entre plantas na linha (0,25; 0,50; 0,75 e 1,00 m), na produtividade do cafeeiro.

Os quatro espaçamentos entre linhas de plantio e quatro espaçamentos entre plantas na linha totalizaram 16 arranjos populacionais, variando de 4.000 plantas por hectare (2,50 m x 1,0 m) a 40.000 plantas por hectare (1,0 m x 0,25 m).

Para análise estatística, foi adotado o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições, em esquema de parcelas subdivididas. Na parcela, fixou-se o espaçamento entre linhas de plantio e, na subparcela, o espaçamento entre plantas na linha.

 

Espaçamento ideal entre os pés de café

 

Os dados médios obtidos para produção (sacas por hectare) por tratamento (espaçamento entre linhas de plantio x espaçamentos na linha de plantio) podem ser visualizados na Tabela 1. São mostradas a produção acumulada nas 10 primeiras safras (2004-2013), a produção individual de 2014 (11ª safra), 2015 (12ª safra) e 2016 (13ª safra) e a produção acumulada total obtida em 13 safras (2004-2016).

Considerando-se a produção acumulada nas dez primeiras safras (2004-2013), verifica-se maior produção no espaçamento de 2,0 m entre linhas x 0,25 m na linha, sendo o único tratamento a ultrapassar a produção de 800 sacas.

Deve-se observar que neste total acumulado (10 safras) não houve uma das produções, devido à realização da 1ª poda. Assim, a média obtida por safra de nove anos foi de 89,3 sacas de café beneficiado (60 kg) por hectare ano, até 2013.

Nas dez primeiras safras, menor produção de café ocorreu no espaçamento de 2,5 m entre linhas x 1,0 m entre plantas na linha, com produção total de 564 sacas por hectare. Considerando-se nove anos de safra útil, a média obtida foi de 62,6 sacas de café por hectare/ano até 2013. A diferença de produção de café nesses espaçamentos foi de 240 sacas de café no total, o que dá cerca de 26,6 sacas de café a mais por ano.

Em 2014 não houve produção de café nos espaçamentos entre linhas de plantio de 1,0 e 1,5m, devido à realização da 2ª poda por recepa no ano anterior (2013). Houve produção normal dos espaçamentos entre linhas de plantio de 2,0 m e 2,5 m, com maior produção obtida no arranjo de 2,0 m entre linhas de plantio x 0,25 na linha de plantio (24 sacas de café beneficiado/ha).

2015 e 2016

Em 2015 todos os tratamentos foram colhidos. Mesmo após a poda não houve superioridade dos menores espaçamentos entre linhas (1,0 m e 1,5 m), com produção bem abaixo dos tratamentos mais largos entre linhas (2,0 m e 2,5 m).

Observou-se que nos espaçamentos de 1,0 m e 1,5 m ocorreu maior “abafamento“ de planta, impedindo a formação dos ramos baixeiros (“saia“ do café), com consequente produção na parte superior da planta. Após a colheita do respectivo ano, os tratamentos com espaçamento entre linhas de 2,0 m e 2,5 m passaram também por uma 2ª poda, por recepa.

Em 2016 só houve, portanto, a produção nos espaçamentos entre linhas de 1,0 e 1,5 m. Apesar dos resultados obtidos serem superiores ao ano anterior, a produção ficou bem abaixo do esperado, devido ao crescimento excessivo das plantas e à não formação da “saia“ do café, já observada no ano anterior.

Considerando-se a produção total acumulada no período 2004 ““ 2016 (13 safras) destacou-se o espaçamento de 2,0 m entre linhas e os espaçamentos na linha de 0,25 m, 0,50 m e 0,75 m.

Avaliações

Baseados nestes resultados, avaliações estão sendo feitas sobre o manejo a ser adotado a partir da 13ª safra (2016) em relação ao espaçamento entre linhas de 1,0 m. Há um consenso de que uma das linhas de plantio deverá ser eliminada alternadamente, ficando também o espaçamento final entre linhas de plantio de 2,0 m.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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