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Adubação foliar com silício no milho

Daniel Baron

Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Fisiologia e Bioquímica de Plantas e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) campus Lagoa do Sino (Buri-SP)

danielbaron@ufscar.br

 

Fotos Shutterstock
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Os vegetais necessitam, para o seu ciclo de vida, de elementos não minerais essenciais, sendo três (C, H e O) provenientes do ar e da água e elementos minerais essenciais, tais como o nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S) e, para uma gama de espécies vegetais, o elemento silício (Si).

Normalmente os elementos minerais, classificados como “˜macronutrientes’, são absorvidos pelas raízes na forma iônica como os metais Ca2+, Mg2+ e K+, fósforo (P) e enxofre (S) como oxi-ânions fosfato (PO43-) e sulfato (SO42-), respectivamente, e nitrogênio (N), como ânion nitrato (NO3-) ou cátion amônio (NH4+).

Já os elementos minerais boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), cloro (Cl), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn) são considerados micronutrientes, pois são requeridos em menores quantidades em relação aos macronutrientes, embora sejam considerados essenciais para o vegetal completar seu ciclo de vida (Epstein; Bloom, 2003; Maathuis, 2009; Hansch; Mendel, 2009).

Quem é ele

O milho (Zea mays L.) é uma espécie vegetal que demanda solos férteis, o que exige cuidados permanentes com o local de cultivo, em especial quanto à calagem e gessagem, conforme resultados da análise do solo realizada por laboratórios credenciados.

O manejo nutricional incorreto da nutrição mineral impedirá que a cultura em questão expresse todo o seu potencial fisiológico de produção, por exemplo, canais iônicos de absorção de água e nutrientes minerais, o que refletirá diretamente em redução do número de frutos cariopse (grãos) por espiga, ou até mesmo definhamento do vegetal já estabelecido a campo (Fageria, 2001; Mehl; Baron; Jadoski, 2013).

 Fotos Shutterstock
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Nutrição foliar com Si

Fisiologicamente, o Si potencializa, nos vegetais, a resistência ao acamamento, melhorias na capacidade fotossintética e regulação da perda de água pelo complexo estomático foliar. Além do mais, apresenta importância comprovada no manejo fitossanitário de fungos e insetos-praga por formar uma barreira de resistência mecânica a estes (Song; Müller; Wang, 2014; He; Yang; Li et Al. 2015; Hobara; Fukunaga-Yoshida; Suzuki Et Al. 2016);

A literatura científica reporta que o elemento mineral Si é absorvido, majoritariamente, via radicular na forma de ácido monossilícico (H4SiO4) por proteínas carreadoras conhecidas como canais iônicos e deposita-se, principalmente, no retículo endoplasmático nas paredes celulares e nos espaço intercelulares como sílica amorfa (SiO2.nH2O). Este elemento mineral também forma complexos com polifenóis e, assim, serve como alternativa à lignina no reforço de paredes celulares.

Já a absorção de Si pelas plantas também ocorre pelas folhas, e essa via alternativa é considerada benéfica em diversas espécies vegetais, incluindo a cultura do milho (Mitani; Yamaji, 2009; Ma; Yamaji, 2015; Imtiaz; Rizwan; Mushtaq,2016).Contudo, seu exato mecanismo de absorção é pouco elucidado.

Essencialidade

O sistema radicular dos vegetais representa o principal órgão responsável pela aquisição de elementos minerais por plantas superiores (Mengel; Kirkby, 2001; Marschner, 2012; Taiz; Zeiger; Moller et al. 2017). Esse padrão morfofisiológico de raízes não é exceção na cultura do milho, contudo, a aplicação de elementos minerais via foliar é uma ferramenta bastante promissora para suplementação mineral da cultura do milho, em especial para o fornecimento dos elementos minerais popularmente conhecidos como “˜micronutrientes’.

Além do mais, de maneira alguma essa alternativa poderá substituir a aplicação dos elementos minerais via radicular, conhecidos agronomicamente como “˜macronutrientes’, por ocasião da semeadura e, muitas vezes, parcelada ao longo do desenvolvimento da cultura.

Assim, encara-se que a fertilização foliar deva ser empregada em eventuais deficiências minerais, aproveitando-se de outros tratos culturais, tais como o manejo fitossanitário para a aplicação de elementos minerais via foliar.

Embora as investigações científicas de dosagens de “˜micronutrientes’, via foliar, ainda sejam incipientes, tal lacuna não impede que muitos produtores utilizem pequenas quantidades de micronutrientes sem, necessariamente, seguirem recomendações técnicas específicas para a cultura do milho, o que pode, em muitos casos, representar perda de produtividade e até mesmo a contaminação do ambiente por metais.

Quando aplicar

De acordo com o Manual Técnico da Embrapa sobre Milho (Cruz; Magalhães; Pereira-Filho et al. 2011), a aplicação de nutrientes, via foliar, compreende os estágios fenológicos de desenvolvimento vegetativo em que as plantas apresentem quatro a sete folhas completamente expandidas, e tal estágio fenológico é descrito como “˜V4′ e “˜V7′, respectivamente.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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