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Algas marinhas e aminoácidos no tratamento de sementes

Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)

nilvatteixeira@yahoo.com.br

 

FotosShutterstock
FotosShutterstock

Os extratos de algas são utilizados como fertilizantes devido a sua riqueza em conteúdo mineral e combinações biológicas. Porém, para se entender a ação de formulados contendo algas marinhas nos vegetais é necessário esclarecer o que são tais seres.

Algas marinhas são organismos vegetais, unicelulares ou pluricelulares, que fazem fotossíntese. Nutrem-se dos elementos ativos do mar e contêm altíssimos níveis de sais minerais.

O extrato de algas marinhas apresenta, em sua composição natural, alguns macro e micronutrientes. As algas são fontes das vitaminas A, B1, B3, B6, B12, C, D, E, e outras substâncias, como glicoproteínas, como o alginato, e aminoácidos que podem funcionar como bioestimulantes vegetais.

Ainda, as algas marinhas são ricas em estimulantes naturais como: auxinas (hormônio do crescimento que governa a divisão celular), giberelina (que induz a floração e o alongamento celular) e citocininas (hormônio da juventude).

Algas estimulam a proteção natural das plantas contra pragas e doenças - FotosShutterstock
Algas estimulam a proteção natural das plantas contra pragas e doenças – FotosShutterstock

Nutrição de ponta

O uso de formulados contendo extrato de algas marinhas apresenta mais de 60 nutrientes em sua composição natural, dentre eles alguns macronutrientes como o Ca, K, Mg, S, e micronutrientes como o B, Mn, Fe, Cu e Zn.

A alta concentração de alginato, um polissacarídeo que compõe a estrutura da parede celular das algas e que faz com que elas armazenem água nas células e permaneçam hidratadas por todo o período que passam expostas ao sol, também é um aspecto interessante. O alginato desempenha no solo o papel de reter água e agregar as partículas do solo, proporcionando um ambiente ideal para o desenvolvimento das raízes e absorção dos nutrientes.

Ainda, o emprego das algas marinhas no sistema produtivo pode propiciar a produção de fitoalexinas (indutoras de resistência das plantas às doenças e pragas), fortalecendo os mecanismos de resistência das plantas.

Algas são fontes de antioxidantes, substâncias produzidas a partir do metabolismo secundário delas, que estimulam a proteção natural dos vegetais contra pragas e doenças. Favorecem, ainda, a vida microbiológica do solo, tornando as plantas menos vulneráveis às variáveis abióticas, como temperatura, raios ultravioletas, salinidade, seca, etc.

Em resumo, pode-se considerar que: algas marinhas são portadoras de hormônios e substâncias naturais indutoras de crescimento, complexo fornecedor de nutrientes e vitaminas que são cofatores de processos metabólicos vegetais.

Algas e aminoácidos potencializam o processo germinativo - Fotos Shutterstock
Algas e aminoácidos potencializam o processo germinativo – Fotos Shutterstock

Algas + fertilizantes

Quando associadas a adubos minerais, as algas podem melhorar a absorção dos mesmos e seu aproveitamento dentro das plantas. Como as algas marinhas favorecem a divisão celular, por serem ricas em estimulantes naturais e nutrientes, seu emprego melhora o enraizamento dos vegetais, o que possibilita o melhor uso do solo, de água e de nutrientes, ou seja, o enraizamento será mais abundante e eficiente.

Benefícios comprovados

Ao longo dos últimos anos, a utilização de aminoácidos na agricultura mundial vem aumentando de forma bastante acentuada, devido aos inúmeros benefícios que estas substâncias orgânicas vêm proporcionando às plantas.

Os aminoácidos são os constituintes básicos das proteínas, macromoléculas complexas que desempenham funções específicas nas plantas, principalmente na estrutura, como componentes das paredes celulares e atuando como enzimas, além de serem precursores de vitaminas, de hormônios e de clorofila.

Relata-se, ainda, que muitos aminoácidos são responsáveis pelo transporte de nutrientes na planta. O transporte pela membrana celular do íon é mais fácil quando ele está ligado a um aminoácido, com absorção mais rápida, comparativamente ao íon na forma livre.

 Os aminoácidos formam-se, nas plantas, a partir da reação entre N-amoniacal e cetoácidos, que são formados pelo metabolismo de açúcares gerados pela fotossíntese. Estudos mostram que normalmente o principal aminoácido formado desta maneira é o ácido glutâmico, que é o transportador de nitrogênio na planta. A partir dele se formam os demais aminoácidos, que se juntam formando as proteínas. Essas rotas metabólicas demandam energia.

Mil e uma utilidades

Sabe-se que, além dos aminoácidos formarem as proteínas das plantas, eles exercem outros papéis na vida vegetal, destacando-se beneficiar a resistência ao estresse por fatores bióticos e abiótiocos, síntese das clorofilas, estímulo à germinação das sementes e crescimento radicular, vetor na redistribuição de nutrientes das folhas para flores, frutos e sementes, formação de fitoalexinas (que melhoram a resistência das plantas às pragas e doenças), estímulo à germinação de grãos de pólen, maturação de frutos e síntese de auxinas (fatores de crescimento).

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Essa matéria completa você encontra na edição de outubro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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