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sábado, maio 18, 2024
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Análise de solo é essencial na pós-colheita de grãos?

Autores

Elisamara Caldeira do Nascimento
Engenheira agrônoma, doutora e pós-doutoranda em Agronomia/Ciência do Solo – Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)
elisamara.caldeira@gmail.com
Talita de Santana Matos
Engenheira agrônoma, doutora e pós-doutoranda em Agronomia/Ciência do Solo – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
talitasmatos@gmail.com
Glaucio da Cruz Genuncio
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia/Ciência do Solo e professor – UFMT/FAAZ/DFF
glauciogenuncio@gmail.com

Fotos: Shutterstock  

A análise de solo deveria ser um item primordial e realizado de forma rotineira nas fazendas de produção de grãos do Brasil. Infelizmente, esta prática é, muitas vezes, negligenciada, incidindo em adubações incorretas e perdas em produtividade.

O procedimento de amostragem de solos é uma prática de grande relevância, pois irá determinar a fertilidade atual do solo, para que possam ser corrigidas de forma mais precisa as características produtivas, o que afetará o potencial de rendimento final da cultura a ser cultivada.

A análise tem baixo custo operacional, comparada aos enormes benefícios que traz. Por ela são geradas as recomendações para calagem e/ou adubação a fim de aumentar a produtividade das glebas e, por fim, diminuir o custo, utilizando-se adubações corretas e reduzindo os gastos com fórmulas desnecessárias.

Os solos são normalmente heterogêneos e a variabilidade espacial de características químicas do perfil ocorre naturalmente como consequência de processos pedogenéticos (Mausbach & Wilding, 1991), mas pode ser alterada pelas ações antrópicas, mediante o manejo do solo.

Por exemplo, a aplicação localizada de fertilizantes nas linhas de semeadura aumenta a variabilidade horizontal dos valores do teor de nutrientes em solos sob plantio direto, sobretudo no sentido perpendicular às linhas de semeadura. A diferença dos índices de fertilidade do solo sob plantio direto (PD) geralmente é maior que sob cultivo convencional (PC), como consequência do não revolvimento do solo e das aplicações localizadas de corretivos e fertilizantes.

Em detalhes

Para a amostragem, a propriedade deve ser dividida em glebas homogêneas, nunca superiores a 20 hectares, e amostradas isoladamente. As glebas devem ser homogêneas, com a mesma posição topográfica (solos de morro, meia encosta, baixada), cor do solo, textura (solos argilosos, arenosos), cultura ou vegetação anterior, adubação e calagem anteriores.

Considerando a heterogeneidade dos solos, quanto mais amostragens fossem realizadas, melhor seria. Contudo, as limitações financeiras e de mão de obra precisam ser consideradas e as pesquisas agronômicas nos indicam que 20 subamostras coletadas aleatoriamente, em zigue zague, são suficientemente representativas para cada gleba.

Além da coleta na porção de solo na profundidade de 0 – 20 cm, é interessante que se realize uma amostra da camada de 20 – 40 cm, avaliando-se assim a construção de um perfil de fertilidade do solo adequado ao cultivo subsequente de grãos. A análise de solo abaixo da camada arável serve para diagnosticar o excesso de acidez, que dificulta o crescimento das raízes e os teores de alguns nutrientes.

Em áreas cultivadas em sistema de plantio direto há vários anos, é interessante a amostragem na camada de 0 a 10 cm para monitorar o acúmulo de nutrientes na superfície do solo.

A época e frequência de amostragem para as culturas anuais é o início do período de seca (cerca de três a quatro meses antes do plantio), e para as culturas perenes, logo após a colheita. A frequência de amostragem na mesma gleba é variável, devendo ser repetida em intervalos que podem variar de um a quatro anos (dependendo da intensidade de uso e manejo) e com amostragens anuais em glebas cultivadas intensivamente e com altas produtividades.

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