17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Grãos Cálcio e boro: a base do feijoeiro

Cálcio e boro: a base do feijoeiro

 

 

Fernando S. Bacilieri

Engenheiro agrônomo, MSc. e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

feagro@hotmail.com

 

Crédito-Nilton-Jaime
Crédito-Nilton-Jaime

O feijoeiro é considerado uma planta exigente em nutrientes, em função do pequeno e pouco profundo sistema radicular e do ciclo curto. Por isso, é fundamental que os nutrientes sejam colocados à disposição das plantas em tempo, quantidade e local adequados.

Cálcio (Ca) e boro (B) são elementos essenciais ao crescimento e desenvolvimento do feijoeiro, e para alcançar boas respostas à aplicação destes nutrientes o manejo correto da adubação é imprescindível.

O Ca atua no crescimento e funcionamento do sistema radicular, confere rigidez à parede celular, resistência a danos mecânicos e ao ataque de pragas e doenças, além de exercer função na modulação de hormônios vegetais e, dessa forma, influenciar na germinação, no crescimento, na abscisão de flores e vagens e retardar a senescência.

Em condições de deficiência de Ca há murchamento de caule, pecíolos e broto, e as vagens ficam deformadas. A planta paralisa a emissão de novas brotações, e as folhas inferiores apresentam pequenas manchas acinzentadas, que posteriormente são afetadas por clorose parcial intensa, que se inicia na base do folíolo e progride entre as nervuras, resultando em formas de contorno irregular na porção do limbo, que se mantém verde, havendo queda dos folíolos.

Função na planta

O B tem função na ativação de enzimas, na translocação de açúcares, no metabolismo de carboidratos, na absorção de outros nutrientes e no florescimento, uma vez que participa do crescimento do tubo polínico. Os sintomas de deficiência de B mostram inicialmente os folíolos mais novos tornando-se verde-escuros, com progresso do ápice para a base. Em seguida, as folhas tornam-se retorcidas, espessas, com as nervuras de tonalidade verde-clara.

Após, aparecem pontos necróticos e secamento dos pontos de crescimento. O broto terminal morre. O caule engrossa, podendo apresentar rachaduras. As plantas deficientes não florescem e o crescimento das raízes é seriamente afetado.

Reposição nutricional

A aplicação adequada de fertilizantes pode ser considerada uma das estratégias para aumentar a produtividade e a eficiência no uso dos mesmos. Em relação aos métodos de aplicação, Ca e B podem ser aplicados no solo e na parte aérea das plantas pela adubação foliar.

Entre as vantagens da adubação foliar destacam-se o alto índice de utilização dos nutrientes, fornecimento dos nutrientes em partes das plantas que são exigidos, as doses totais em geral são menores e as respostas à aplicação são rápidas, permitindo que deficiências sejam corrigidas prontamente.

Porém, há um alto custo por unidade de nutriente, o efeito residual é menor e existem problemas de antagonismo e incompatibilidade entre produtos nas pulverizações.

Via foliar a formulação mais utilizada pelos produtores tem sido CaB 10:1 ou seja, 10% de Ca e 1% de B. Entretanto, a necessidade da cultura que pode ser verificada com a realização de análise foliar pode não ser exatamente nesta proporção e, neste caso, o produtor deverá optar por aplicar os nutrientes individualmente.

Via solo é possível o fornecimento de Ca antes do plantio por meio da aplicação de gesso, que tem 17% de Ca, e pela calagem, que tem a concentração de Ca variável em função do tipo de calcário utilizado. As doses serão definidas de acordo com a análise de solo.

No plantio, deve-se dar preferência para fertilizantes que contenham Ca na formulação como, por exemplo, o superfosfato simples que, além de fósforo, tem 16% de Ca. Em cobertura também existe a possibilidade de utilizar fertilizantes com Ca, como o nitrato de cálcio composto por 27% de cálcio.

Efeito direto

Ca e B são nutrientes de baixa mobilidade no floema que se redistribuem pouco na planta.Por isso, a aplicação via foliar, mesmo em solos com níveis considerados suficientes destes nutrientes, mostram respostas e incrementos em produtividade.

Na fase de emergência (V1) até a emissão do primeiro trifólio (V3), o fornecimento de Ca irá favorecer o estabelecimento da cultura com bom desenvolvimento do sistema radicular, as plantas vão absorver mais água, nutrientes e terão mais resistência ao estresse hídrico.

No início do florescimento (R5), a aplicação de Ca e B tem como principal objetivo aumentar a fixação de flores e vagens que são componentes de produtividade. Já na fase enchimento de grãos (R8), a aplicação de B tem efeito positivo no aumento do peso de grãos.

Essa matéria completa você encontra na edição de junho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes