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Como o solo se comporta na ausência da calagem

 

Wellington Eduardo Xavier Guerra

Engenheiro agrônomo, pesquisador, doutor em Agronomia, membro do Grupo de Pesquisa Agropecuária do Oeste Paulista ““ GPAGRO, pós-doutorando da Universidade do Oeste Paulista ““ Unoeste ““ Presidente Prudente (SP)

xguerra1@hotmail.com

 Crédito Wellingon Xavier
Crédito Wellingon Xavier

Os solos brasileiros apresentam limitações para estabelecer e desenvolver os sistemas de produção de culturas de interesse econômico em decorrência dos efeitos da acidez. Com isso, torna-se necessário eliminar os efeitos negativos da acidez do solo por meio da calagem, que tem como objetivo corrigir a acidez do solo, diminuindo ou anulando os efeitos do alumínio (Al) e do manganês (Mn), que podem ser tóxicos em alta concentração.

É fundamental, além do fornecimento de cálcio (Ca) e magnésio (Mg), adequar o pH da solução do solo, para que os macro e micronutrientes se tornem assimiláveis pelas raízes de diversas culturas, bem como ativar os processos biológicos nos solos por meio da ação dos microrganismos, importantes para a disponibilidade dos nutrientes e também para favorecer a decomposição da matéria orgânica.

A calagem é, portanto, um dos pilares para a obtenção de maiores e melhores produções agrícolas.

As plantas

Os solos que apresentam teores elevados de Al3+, associados ou não à presença de Mn2+, em condições de acidez elevada, podem apresentar limitações no crescimento e desenvolvimento radicular das plantas.

Os efeitos tóxicos de elevadas concentrações de Al3+ podem ser observados no engrossamento das raízes e diminuição nas suas ramificações, em consequência da absorção de nutrientes e água.

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Danos

Alguns efeitos tóxicos em plantas podem estar relacionados a altas concentrações de Mn. Estes efeitos ocorrem, principalmente, na parte aérea das plantas, afetando o crescimento foliar, com reflexos negativos na produção final.

Os efeitos do Al em concentrações tóxicas manifestaram-se tanto na parte aérea como no sistema radicular, por meio de sintomas anatômicos e também morfológicos e de redução de crescimento.

Manejo

A quantidade de calcário a ser aplicada é determinada por características do solo, como o pH, a textura e a quantidade de matéria orgânica, o tipo e a granulometria do calcário, as cultivares e os aspectos econômicos. Com isso, a melhor maneira para se determinar a necessidade de uma nova calagem é analisando-se o solo.

As amostras de solo devem ser feitas a cada três anos, mais frequentemente em solos arenosos. Alguns fatores influenciam a frequência da calagem, como a textura do solo (solos arenosos precisam receber nova calagem com mais frequência do que solos argilosos).

Já no sistema plantio direto, como não há movimentação mecânica do solo, o calcário aplicado na superfície e o acompanhamento da fertilidade deve ter uma maior atenção. A dose de adubação nitrogenada com altas doses de adubos NH4+ que são amoniacais, geram considerável acidez.

A taxa de remoção pelas culturas, no caso as leguminosas elas removem mais Ca e Mg do que as não leguminosas. Quanto à quantidade de calcário aplicada, doses mais elevadas normalmente significam que o solo não necessita de nova calagem com frequência.

Chegaram a dobrar as produtividades de milhocom aplicação de 04 t ha-1 de calcário - Crédito Ademir Torchetti
Chegaram a dobrar as produtividades de milhocom aplicação de 04 t ha-1 de calcário – Crédito Ademir Torchetti

Quando aplicar

A época de aplicação do corretivo de acidez do solo está relacionada com o seu grau de solubilidade. Como a solubilidade dos calcários na solo demanda tempo e exige a sua incorporação para aumentar a superfície de contato entre o calcário e o solo, a calagem deve ser realizada pelo menos três meses antes do início do plantio de verão, sempre baseada, porém, na análise química do solo, realizada em laboratórios credenciados e especializados.

Com isso, seu efeito no solo pode se manifestar já no primeiro cultivo. Porém, o sucesso da calagem depende da disponibilidade de água no solo.

Essa matéria completa você encontra na edição de agosto de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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