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Como regular o crescimento do seu algodoeiro

José Lusimar Eugenio

Engenheiro agrônomo ““ coordenador de campo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão ““ Amipa

lusimar@amipa.com.br

Crédito José Lusimar Eugenio
Crédito José Lusimar Eugenio

O crescimento excessivo do algodoeiro pode trazer uma série de inconvenientes para a cotonicultura, tais como ciclo muito longo, apodrecimento dos frutos e, consequentemente, a perda de produtividade. Uma das estratégias para evitar esses problemas é o manejo do crescimento do algodoeiro por meio da aplicação de fitorreguladores.

Consequências do crescimento excessivo

O crescimento vegetativo do algodoeiro em excesso terá como consequência direta a redução do crescimento de partes reprodutivas e, consequentemente, no potencial produtivo da cultura. Isso porque plantas com ocrescimento vegetativoexagerado demandam a maior parte dos nutrientes absorvidos, causando competição com o crescimento reprodutivo, reduzindo o crescimento de ramos e opegamento de órgãos reprodutivos (botões florais, flores e maçãs).

O algodoeiro precisa de luminosidade adequada para retenção de estruturas reprodutivas e uma boa produtividade, devido às folhas possuírembaixa transmissibilidade da luz (menos de 10%), provocando baixa taxa fotossintética nas folhas sombreadas, contribuindo para a queda de produtividade e qualidade de fibra,

Há, ainda, aumento das condições ideais para a incidência de doenças como mofo branco (Sclerotiniasclerotiorum) e apodrecimento de maçãs, favorecidos pela microclima propiciado pelo crescimento vegetativo excessivo.

O alto crescimento vegetativo de plantas dificulta as operações e tratos culturais a serem realizados na lavoura, principalmente aplicações de fungicidas e inseticidas, diminuindo o coeficiente de controle das aplicações.

Outro fator prejudicado pelo tamanho das plantas é a colheita mecanizada.As colheitadeiras têm maior facilidade de trabalhar quando as plantas possuem tamanho máximo de 1,30 m.Acima disso ocorre diminuição do rendimento de colheita, contaminação da pluma por galhos, caules, cascas e fibras do caule das plantas, aumentando o desgaste de peças das colheitadeiras.

O porte ideal de plantas é, no máximo, até 1,5 vez o espaço de plantio entrelinhas. Exemplo: espaçamento de plantio entrelinhas de 0,76 m, tamanho ideal de plantas de 1,14 metros.

José Lusimar Eugenio, coordenador de campo da Amipa - Crédito Arquivo pessoal
José Lusimar Eugenio, coordenador de campo da Amipa – Crédito Arquivo pessoal

Controle do crescimento

O crescimento desordenado de plantas pode ser controlado, em partes, pelo estande de plantas cultivadas/ha. Um número menor de plantas por metro linear favorece o desenvolvimento das partes reprodutivas, ramos laterais e aumento de pegamento de estruturas reprodutivas, ocasionado pela maior absorção de luz.

Esse processo, em condições ideais, autorregula o crescimento vegetativo das plantas, necessitando de uma menor utilização de fitorreguladores. O parcelamento de adubações de cobertura, principalmente de nitrogênio, tende a evitar o crescimento excessivo de plantas, auxiliando no manejo de controle do crescimento vegetativo.

O uso de fitorreguladores químicos é o método de maior eficiência no controle e adequação do crescimento do algodoeiro, proporcionando o uso eficiente das plantas sobre os recursos disponíveis, como água, nutrientes, calor e luminosidade.

Importância dos fitorreguladores

A manipulação da arquitetura das plantas adequa a lavoura para o melhor aproveitamento de luz, água e nutrientes disponíveis, elevando assim o potencial produtivo da cultura, facilitando e melhorando a eficiência das operações realizadas, principalmente no controle de pragas e doenças.

Adequa, ainda, as plantas com tamanho ideal para colheita mecanizada, melhorando a aeração das linhas de plantio e contribuindo para a menor incidência de doenças, para a uniformização e padronização de plantas e abertura mais rápida da lavoura.

Lavoura com aplicação de regulador tem crescimento correto - Crédito José Lusimar Eugenio
Lavoura com aplicação de regulador tem crescimento correto – Crédito José Lusimar Eugenio

Como funcionam

Os fitorreguladores utilizados na cotonicultura brasileira são o cloreto de mepiquat e o cloreto de clormequat. São substâncias químicas sintéticas que apresentam efeito sobre o metabolismo vegetal, inibindo a formação do ácido giberélico, com consequente redução do crescimento, por causa da menor elongação celular.

Os principais sintomas observados no algodoeiro com a aplicação dos fitorreguladores são: redução do comprimento do caule; diminuição do número de nós, do comprimento dos ramos vegetativos e reprodutivos; redução da área foliar; folhas com coloração verde-escura e mais espessas e melhor retenção de frutos nas primeiras posições, alteração do balanço entre os ramos vegetativos e reprodutivos, favorecendo os reprodutivos, e alteração da arquitetura das plantas, tornando-as mais compactas.

Os efeitos dos reguladores de crescimento sobre o algodoeiro dependem de alguns fatores, como:

â–ºTemperatura (a maior eficiência é observada quando a temperatura diurna é próxima de 30°C e a noturna próxima de 20°C);

â–ºDisponibilidade de nutrientes no solo (quanto maior a disponibilidade de nutrientes no solo, maior será a necessidade de fitorreguladores. Quando se utilizam doses maiores de nitrogênio na adubação, ocorre maior crescimento vegetativo das plantas, sendo necessário maior controle desse crescimento com a utilização de fitorreguladores);

â–ºPopulação de plantas: maior população de plantas/ha tende a aumentar o crescimento vegetativo das plantas, devido à maior competição, principalmente por luz, sendo necessário um maior controle no crescimento.Nestas condições é necessária a utilização de doses maiores e/ou parcelamento nas aplicações;

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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