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Conheça a agricultura fermentativa e como ela melhora o solo

Economia com aplicação da técnica pode chegar a 20% dos custos com agroquímicos e gerar uma produtividade maior já na primeira aplicação

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A palavra de ordem para a safra de soja é redução de custos. Em contrapartida, a produtividade média brasileira também precisa se elevar, já que hoje está abaixo das 50 sacas por hectare.

Em tempos de equações complicadas, como as atuais, algumas técnicas milenares voltam a ser estudadas por engenheiros agrônomos e pesquisadores. Uma delas é a agricultura fermentativa, que é o processo de repovoar o solo com microrganismos, trazendo consigo os nutrientes necessários para as plantas.

Os processos fermentativos na agricultura são usados há 1.500 anos em países como a China, Japão e Índia e ocorrem com a reprodução e reintrodução destes microrganismos para recuperar solos degradados ou com baixo índice de nutrientes.

Segundo o engenheiro agrônomo Cassiano Ricardo Niero Mendes, com o uso desta técnica é possível economizar mais de 20% com a compra de agroquímicos e obter um ganho na produtividade de 7,0%, no primeiro ano de aplicação.

 

Análise de solo traz benefícios e economia

Segundo ele, o mais importante é que o valor para introduzir a técnica na propriedade custa pouco e traz benefícios importantes ao solo, como a volta de nutrientes e sanidade. “Um solo cheio de nutrientes e com saúde gera uma planta muito mais resistente a pragas e ao clima, de melhor qualidade e com boa produtividade“, garante Mendes.

Qualquer propriedade pode aplicar esta técnica, desde as pequenas até as com milhares de hectares.Mendes explica que o processo de fermentação é instalado na fazenda e é de fácil manuseio. “Na verdade, os gastos iniciais são com a montagem dos tanques para fermentação, tanto os aeróbicos, com uso de oxigênio, quanto dos anaeróbicos, sem oxigênio“, explica.

Outra vantagem é a captação das bactérias necessárias para o processo, que podem ser captadas em matas nativas próximas às fazendas. A identificação é feita pelas cores dos microrganismos – os claros tendem a ser benéficos e os escuros são ruins. Ressalta-se que cada cor possui um uso específico. “A coleta de bactérias é realizada em dias de chuvas, com armadilhas colocadas dentro de florestas próximas. Isso garante que os microrganismos locais se adaptem bem ao processo“, conta.

Por fim, Mendes explica que esta técnica vem para agregar e não para substituir os agroquímicos, e sua aplicação é feita da mesma maneira. “A aplicação é realizada da mesma maneira que os agroquímicos, que continuarão sendo usados“, frisa o agrônomo. “Depois de uma análise de nutrientes de solo, os agricultores usarão somente o agroquímico necessário para complementar, e não mais indiscriminadamente“.

Fonte: Projeto Soja Brasil

 

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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