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Consórcio Antiferrugem identifica ferrugem em soja “guaxa“ em três Estados

Crédito Daniel Cassetari
Crédito Daniel Cassetari

Desde o término do vazio sanitário no dia 15 de setembro, nos Estados do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Paraná, de São Paulo, de Rondônia e parte do Pará, está autorizado o início da semeadura da safra de soja.

Para prever cenários de antecipação da ferrugem da soja durante a safra 2016/17, os membros do Consórcio Antiferrugem estão monitorando as áreas e acabam de fazer os primeiros registros da ocorrência de ferrugem asiática em soja voluntária ou “guaxa” (planta que nasce espontaneamente nas lavouras ou estradas). Após 15 de setembro foram relatadas 25 ocorrências: oito no Paraná, 16 em São Paulo e uma em Mato Grosso.

 As chuvas recentes nas regiões de Primavera do Leste e Campo Verde (Mato Grosso), a presença de plantas “guaxas” de soja e a existência de esporos do fungo causador da ferrugem asiática na região favoreceram o surgimento da doença no fim do vazio sanitário. A identificação foi feita em Primavera do Leste, no dia 16 de setembro, pelo engenheiro agrônomo do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias Guerra.

 No Paraná e em São Paulo os relatos de ferrugem em soja guaxa foram feitos pela Fundação ABC. Segundo o técnico Alan Cordeiro Vaz, 65% dos pontos monitorados tinham a doença, enquanto que, na safra 2015/16, 100% dos pontos apresentavam ferrugem. “A situação atual é melhor do que a enfrentada no mesmo período da safra passada, principalmente devido ao inverno típico, mas a regularidade de chuvas recente possibilitou a germinação de soja guaxa”, relata Vaz.

Ferrugem antecipada

O relato precoce da ferrugem em plantas “guaxas” reforça a necessidade de monitoramento da doença. Mesmo assim, os pesquisadores da Embrapa não recomendam a antecipação das pulverizações com fungicidas. “Não há necessidade de fazer aplicações agora, porque o inóculo da ferrugem ainda é baixo, mas o alerta serve para informar que a ferrugem está presente e, mais do que nunca, é necessário o monitoramento constante”, ressalta a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.

Segundo ela, com o final do vazio sanitário e o início da semeadura da soja nas principais regiões produtoras, os agricultores precisam manejar adequadamente a ferrugem asiática da soja, a mais severa doença da cultura.

A infecção é causada pelo fungo Phakopsorapachyrhizi, que provoca desfolha precoce, compromete a formação, o desenvolvimento de vagens e o peso final do grão.  De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem, o custo-ferrugem (gasto com fungicidas para controle + perdas de produção) médio é de US$ 2 bilhões por safra no Brasil.

 “Por isso, é imprescindível que os produtores façam o monitoramento das lavouras (desde o período vegetativo) para identificar precocemente a presença de sintomas de ferrugem e tomarem as medidas de manejo adequadas”, alerta a pesquisadora Cláudia Godoy.

Quando o uso de produtos químicos for necessário, Cláudia orienta os produtores a usarem fungicidas eficientes, nas doses recomendadas pelos fabricantes.  “Além disso, é muito importante que os agricultores optem por produtos formulados em misturas com diferentes modos de ação e que façam a rotação dos fungicidas para atrasar o aparecimento de populações menos sensíveis/resistentes do fungo”, diz.

Atualmente, já foram relatadas populações menos sensíveis a dois grupos de fungicidas sítio-específicos – os inibidores da desmetilação (IDM ou triazóis) e os inibidores de quinona externa (IQo ou estrobilurinas). “Somente os inibidores da succinatodesidrogenase (carboxamidas) ainda não tiveram redução de eficiência”, explica Cláudia.

 Informações sobre eficiência de fungicidas podem ser encontradas no site da Embrapa Soja. https://www.embrapa.br/soja/publicacoes/doencas

Relatos de ocorrência de ferrugem na safra podem ser informados no endereço: cnpso.caf@embrapa.br

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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