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Controle de pragas em cana-de-açúcar fertirrigada

 

Luiz Carlos de Almeida

Luis Gustavo de Almeida

Entomol Consultoria e Manejo Sustentável de Pragas

almeida.entomologia@hotmail.com

 Crédito LuizeHess
Crédito LuizeHess

As principais pragas da cana podem ser listadas de acordo com a sua ocorrência,e dentre estas podemos citar a broca-da-cana do gênero Diatraea, cigarrinha das raízes e das folhas do gênero Mahanarva, cupins, broca gigante do gênero Telchin, Migdolus, formigas cortadeiras do gênero Atta, bicudo da cana do gênero Sphenophorus e lagarta elasmo.

Prejuízos

As pragas que ocorrem nas lavouras canavieiras causam danos aos colmos, perfilhos, folhas, sistema radicular e base de colmos, desde a implantação até a reforma do canavial, ocorrendo, em geral, maior infestação nos canaviais com maior número de cortes.

O dano causado por elas reduz a produção agrícola e afeta a qualidade da matéria-prima a ser industrializada, reduzindo também o rendimento dos processos de produção de açúcar e álcool.

As perdas provocadas por estas pragas da cana no Brasil podem ser estimadas na ordem de R$6,7 bilhões por ano, sendo que a praga broca-da-cana responde por aproximadamente 44% destas perdas, ou ainda R$2,96 bilhões, seguida por cigarrinhas, com perdas estimadas em R$1,77 bilhão.

Canaviais irrigados e fertirrigados

As pragas da cana podem ocorrer em áreas irrigadas ou fertirrigadas, com maior ou menor intensidade, dependendo da espécie. Esta ferramenta deve ser utilizada visando os benefícios que a técnica pode proporcionar no aumento da produção e longevidade do canavial.

Assim, a irrigação ou fertirrigação pode, por exemplo, ser uma excelente ferramenta para o controle da lagarta elasmo e, por outro lado, proporcionar incrementos na população do bicudo da cana, Sphenophoruslevis, e até da broca-da-cana. Estas observações devem ser encaradas como orientações técnicas de monitoramento prioritário para estas áreas.

Formas de controle, nessas condições

O controle deve ser direcionado de acordo com o monitoramento, priorizando, quando possível, o controle biológico, associado a outras medidas de controle cultural e também o químico, quando necessário.

As novidades, traduzidas em preocupações, referem-se às novas ocorrências de pragas, principalmente no Estado de São Paulo, quando se trata do bicudo da cana, Sphenophoruslevis, e também a ocorrência da broca gigante, além da região de Limeira (SP), onde foi inicialmente detectada. Para se evitar estas surpresas desagradáveis, o produtor deve sempre ter em mente os riscos de disseminação, principalmente por mudas em seus viveiros de produção, garantindo sempre a sanidade, do ponto de vista da não ocorrência destas pragas.

Técnicas eficientes

De maneira geral, cada praga exige um manejo diferenciado.O importante é buscar alternativas eficientes e sustentáveis, o que ocorre em diversas pragas, como por exemplo, a broca-da-cana e a cigarrinha das raízes, em que o controle biológico tem se destacado de forma positiva para produção de cana em muitas áreas.

No manejo de pragas da cultura da cana-de-açúcar, o monitoramento é o principal componente para o sucesso na redução populacional da praga, mantendo-a em níveis de equilíbrio e promovendo a racionalização dos métodos de controle.

Desta forma, o manejo sustentável de pragas deve ser sempre orientado pelo monitoramento das pragas, com equipes treinadas e capacitadas para esta atividade, usando as metodologias adequadas, atuando com conhecimento e valorizando sempre o trabalho das equipes de monitoramento, para que assim se torne possível antecipar as medidas de controle e evitar possíveis danos.

Adulto da cigarrinha-da-cana - Crédito Entomol Consultoria
Adulto da cigarrinha-da-cana – Crédito Entomol Consultoria

Sem erros

Acredito que o maior erro que possa ser cometido é realizar o controle sem o devido monitoramento. Lembrando que as técnicas de manejo sustentável de pragas são usadas por muitos produtores, e o mais importante está no conhecimento, treinamento e capacitação de equipes.

O manejo sustentável de pragas tem como base de sua recomendação priorizar o controle biológico sempre que for possível, com enfoque no treinamento, na capacitação e na supervisão das pessoas que realizam as atividades do dia a dia, adotando sempre uma visão mais geral do problema e da interferência dos métodos de controle sobre outras pragas e, principalmente, sobre o ambiente.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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