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Vinicius Henrique Gomes Zuppa de Andrade
Ivens Henrique Carvalho da Cruz
Graduandos em Agronomia – Universidade Federal de Lavras, participantes do Programa de Monitoria UFLA/Anatomia e Histologia de espermatófitas, do PIVIC – Programa de Iniciação CientÃfica Voluntária ““ Fitorremediação e integrantes do Programa de Educação Tutorial ““ PET/Agronomia
A agricultura brasileira é de grande destaque nos segmentos da economia e está em contÃnua evolução, atendendo o mercado interno e a cada dia ganhando espaço no mercado externo.
Mas, para o sucesso nesse ramo, vários fatores são relevantes e devem ser considerados, como fertilidade do solo, disponibilidade hÃdrica, manejo e tratos culturais, cultivares, variedades, controle de pragas e doenças.
Atenção especial deve ser dada ao controle de pragas, que tem interferência direta na qualidade do produto final. Uma das principais pragas que compromete a agricultura é a lagarta, em várias espécies, sendo que cada uma possui um alvo e um modo de ataque. Seu ataque pode ser às folhas, caule, frutos e raízes, que são considerados ataques diretos por serem as partes comerciais da planta.
Algumas espécies perfuram as folhas das plantas para se alimentar, e as mais agressivas, como a lagarta mandarová, podem destruir completamente a folhagem. Há outras, como a lagarta-rosca, que corta o caule das mudas, que ficam impedidas de crescer.
Outras lagartas, conhecidas como “brocas“, perfuram e penetram em frutos, quando se tornam difÃceis de serem controladas, inutilizando esses frutos.
Danos
As populações de lagartas causam danos diretos ou indiretos às plantas quando fatores climáticos ou condições específicas do agroecossistema favorecem o crescimento destas populações, e aà sim, elas passam a causar danos econômicos.
O prejuízo causado pela lagarta-rosca tem como consequência a redução do número de plantas, sendo que, em alguns casos, há exigência de replantio em até 50% da área. Seu ataque se dá com maior frequência quando as plantas estão jovens, quando passam por transplantio ou na fase de pagamento, ou mesmo quando as plantas estão mais desenvolvidas.
As lagartas têm o hábito de cortar as plantas ao nível do solo durante a noite, e durante o dia podem ser encontradas a pouca profundidade do solo, bem próximo às plantas cortadas anteriormente, chamado de ataque em reboleira.
Elas podem se alimentar de folhas, hastes e raízes dessas plantas, dependendo da espécie, mas têm preferência pelas estruturas reprodutivas, como botões florais, frutos, maçãs, espigas e inflorescências, causando deformações ou podridões nestas estruturas, ou até mesmo a sua queda. Além disso, são portas de entrada para o surgimento de doenças, principalmente as fúngicas.
Vantagens da aplicação de enxofre com inseticida
Os inseticidas utilizados no controle da lagarta nem sempre atendem o objetivo, visto se tratar de uma operação de custo significativo. É importante salientar que aprender a conviver com a praga abaixo do nível de dano econômico e manejá-la adotando métodos alternativos de controle são opções de grande eficiência e de baixo custo.
Por isso, seguindo o conceito de manejo integrado de pragas, a busca por melhorias na eficiência de produtos químicos é constante, e uma das tentativas é a utilização de produtos com efeito desalojantes associados aos inseticidas, dentre os quais se destaca o enxofre.
Sua utilização pode reduzir a presença de lagartas nas plantas, e em adição a inseticidas, apresenta resultados positivos na eficiência de controle. No tratamento com enxofre a 0,6% ocorreu redução no número de lagartas por planta de 58,3% em relação à testemunha.
Ação desalojante
Os inseticidas para o controle de lagartas, quando acrescentada à calda uma porcentagem de enxofre, variando de 0,6% a 3%, dependendo da cultura, favorece a maior eficácia no controle desta praga, pois uma tentativa de enfatizar o Manejo Integrado de Pragas é pela melhoria da eficiência de produtos químicos.
Esta melhoria pode ser conquistada a partir da ação do enxofre sobre a praga, com a liberação de gases sulfÃdricos proporcionados pela reação do ingrediente ativo com o ar, o qual é irritante para o inseto, resultando em uma maior movimentação e fazendo com que haja abandono do habitat, entrando em contato mais rapidamente com o inseticida aplicado, incrementando a sua ação e expondo a praga aos inimigos naturais.