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Essencialidade da análise do solo

 

Maurício Dominguez Nasser

Engenheiro agrônomo, mestre e pesquisador da APTA Regional Alta Paulista/Adamantina (SP)

mdnasser@apta.sp.gov.br

Créditos Shutterstock
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O solo requer nutrientes suficientes para o desenvolvimento e a produção das plantas. Portanto, deve ser feita uma avaliação para o agricultor conhecer o grau de fertilidade dos solos e monitorar a presença de elementos tóxicos em excesso, que podem causar danos à lavoura e ao ambiente.

Por onde começar

Inicialmente, é importante comentar sobre o que é análise de solo, pois uma vez eu estava conversando com um produtor rural sobre sua lavoura, e ao perguntar se ele tinha feito análise de solo, rapidamente ele me respondeu: “Fiz a análise e não deu nematoide na terra“.

Neste momento, percebi o quanto era importante o modo de formular uma pergunta, pois o produtor não respondeu errado. Para verificar a presença do nematoide se faz também uma amostragem do solo, e se analisa a presença ou ausência da praga.

Quando se fala em nutrientes para plantas existentes no local, o agricultor solicita uma análise química do solo, junto a um laboratório credenciado para este fim. Por meio do solo coletado, de preferência numa área homogênea, o produtor rural encaminha a amostra de solo ao laboratório, e por várias metodologias de extração consegue identificar a quantidade existente de cada elemento químico presente no solo e que pode ser essencial para o crescimento e produção das plantas, os chamados nutrientes. A técnica também identifica elementos que prejudicam a produção vegetal, por exemplo, a presença do alumínio.

Análise de rotina

Uma análise química de solo mais simples, ou comumente chamada análise de rotina, caracteriza o solo quanto à quantidade de matéria orgânica (muito importante para a vida do solo e, claro, sua fertilidade), o pH (fator que indica a acidez ou a alcalinidade do solo, e colabora na decisão de realizar ou não a calagem), o teor de fósforo, potássio, cálcio, magnésio (nutrientes para as plantas), e a acidez potencial,  que é a soma dohidrogênio e alumínio presentes neste solo.

Estes elementos interferem de forma negativa na fertilidade do solo, e ocupam o espaço que poderia ser dos nutrientes.Além disso, a análise caracteriza a capacidade de troca catiônica (CTC) deste solo, que pode ser considerado um indicativo de potencial de fertilidade que o solo possui. Isso quer dizer que quanto maior o valor, maior a chance de o solo reter os nutrientes próximos às raízes das plantas.

Pela CTC calcula-se o calcário necessário para implantação de uma lavoura ou para sua manutenção. E, por último, a análise de rotina mostra a saturação de bases (V%), que indica o quanto dos elementos favoráveis para o desenvolvimento das plantas está presente naquele momento no solo. O valor varia de 0 a 100%, e quanto mais próximo de 100%, mais fértil é o solo.

Créditos Shutterstock
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Análises variadas

Os laboratórios também realizam análises de solo que identificam o teor de outros elementos considerados essenciais para o desenvolvimento das plantas, como: enxofre, zinco, boro, cobre, ferro e manganês, assim como pode ser solicitada análise do teor de alumínio presente no solo.

O teor de nitrogênio, outro nutriente muito utilizado pelas plantas, ainda não pode ser verificado pela análise de solo, pois não se tem uma metodologia consolidada e que possa identificar de forma segura o elemento.

Outras análises mais específicas, como o teor de sódio e silício presentes no solo, também são realizadas nestes laboratórios.Caso o agricultor necessite de uma análise para verificar se é uma área mais argilosa ou mais arenosa, a recomendação é solicitar uma análise física do solo.

Interpretação

A interpretação de qualquer análise de solo deve ser feita por um engenheiro agrônomo, e sempre que possível com o histórico da área a ser cultivada, sem se esquecer que uma análise de solo de qualidade se origina de adequada amostragem.

 

Essa matéria você encontra na edição de abril 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

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