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Fosfito no controle de doenças em feijoeiro

Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto

Doutorando em Agronomia/Fitopatologia na Universidade Federal de Lavras (UFLA)

felipemoretti113@hotmail.com

CréditoShutterstock
CréditoShutterstock

O feijão (Phaseolusvulgaris L.) é um dos alimentos mais consumidos pelo brasileiro. Assim, esta cultura tem grande importância econômica e social, pois gera milhares de empregos direta e indiretamente em diversos níveis.

O cultivo dessa leguminosa é bastante difundido em todo o território nacional por apresentar alta adaptabilidade a condições climáticas. Porém, um grande desafio é o aumento da produtividade. Dentre os principais fatores da baixa produtividade do feijoeiro encontram-se as doenças causadas por patógenos, que podem provocar prejuízos severos, chegando a 100% de perda.

O míldio

O míldio é causado pelo oomiceto Peronosporamanshurica, doença que afeta as folhas e sementes da cultura do feijão. Na face superior da folha ocorre a formação de pontuações amarelas, que podem atingir 3-5 mm de diâmetro. As lesões coalescem e ocorre crestamento foliar.

Na face inferior da folha, região correspondente às pontuações, formam-se as estruturas de frutificação do fungo, de aparência cotonosa com coloração rosada e, em sequência, as lesões tornam-se necróticas.

O oídio

O oídio é causado pelo fungo Erysiphepolygoni e ocorre com maior frequência durante e após o florescimento. Os primeiros sintomas são observados principalmente nas folhas. Depois, podem passar para o caule e vagens.

Inicialmente surgem manchas verde-escuras na face superior das folhas, que acabam sendo cobertas por uma massa pulverulenta branco-acinzentada, composta de micélios e esporos do patógeno.

O Pithyum

Pithyum é um fungo habitante de solo, cosmopolita, que provoca prejuízos diretamente relacionados com o desenvolvimento das plantas. Sua importância varia com o grau de severidade. Este patógeno causa podridão das raízes.

Em estágios mais avançados, as raízes apresentam grandes áreas atacadas, causando o tombamento das plantas. Como sintomas reflexos, a parte aérea pode apresentar murcha, amarelecimento, redução de crescimento e seca das folhas.

O fosfito tem ação fungicida em alguns fungos - Crédito Miriam Lins
O fosfito tem ação fungicida em alguns fungos – Crédito Miriam Lins

Formas de controle

Existem poucas opções para realização de controle químico desses três patógenos, principalmente em relação ao míldio, por ser oomiceto. Assim, o produtor deve procurar outras alternativas para integrar ao manejo de doenças. Nesse contexto, a utilização de biofertilizantes, indutores de resistência, agentes de controle biológico, enterrio de restos culturais, entre outras medidas, se mostra vantajosa.

Os fosfitos

Os fosfitos podem atuar de três formas no controle de doenças:

1) Atuação direta, por ter ação fungicida sobre alguns fungos invasores no interior do tecido da planta, causando morte ou inibição do crescimento do fungo, mostrando efetividade em controlar doenças do grupo dos oomicetos, como o míldio;

2) De forma indireta, por meio da ativação dos sistemas de defesa das plantas, por indução de resistência, ativando a síntese de fitoalexinas, que são substâncias químicas naturais de defesa, sendo capazes de contribuir efetivamente para o controle de patógenos;

3) Retirando as plantas da janela de suscetibilidade aos patógenos, pois auxilia a nutrição mais equilibrada e a planta com nutrição equilibrada se apresenta com menor chance de contrair doenças.

Qual usar?

A escolha do tipo de fosfito a ser utilizado no controle de doenças depende de cada alvo a ser controlado. No caso dessas três doenças do feijoeiro, os fosfitos de potássio têm sido mais empregados, pois deve ser preventivo ao aparecimento dos sintomas das doenças e os fosfitos de potássio estimulam a produção de fitoalexinas antes da planta exigir.

Além disso, o potássio tem alta relação com a manutenção da planta em equilíbrio nutricional, responsável pela sua resistência natural.

A aplicação dos produtos à base de fosfito é bem variada, mas de forma generalizada deve-se aplicar de 0,5 a 1,0L/ha entre os 20 e 40 dias após emergência, de forma preventiva.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de junho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

 

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