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Fosfitos – Arma potente na defesa das culturas

 

Hélio Casale

Engenheiro agrônomo

 

Abrir matéria - Crédito Shutterstock
Abrir matéria – Crédito Shutterstock

O emprego dos fosfitos está se tornando uma alternativa cada dia mais comum na nossa agricultura, tanto nos cultivos anuais como perenes, por estar se revelando eficaz no controle de doenças, um meio de levar nutrientes essenciais às plantas e aumentar a produção com custo reduzido.

A fonte mais conhecida de fósforo é o fosfato (H2P04) como fornecedor de fósforo para o bom enraizamento, crescimento e desenvolvimento das plantas em geral. Nos últimos anos a indústria vem comercializando uma forma reduzida do fosfato, conhecida como fosfito (H2PO3) para proteger os cultivos de doenças ao mesmo tempo em que atende a nutrição.

Nutrição eficiente

O fosfito associado a macro e micronutrientes tem se revelado uma excelente fonte de nutrientes, por possuir absorção rápida e ação complexante, que favorece a absorção principalmente dos micronutrientes.

Em mistura com outros produtos, o pH da calda é reduzido, favorecendo a absorção de herbicidas  como o glifosato e o gramoxone.

Nutrir e controlar doenças

Adubar e criar um ambiente desfavorável ao desenvolvimento de doenças é um sonho que se tornou realidade com o emprego dos fosfitos. Utilizado em muitos outros países, no Brasil seu emprego vem aumentando ano a ano graças aos bons resultados observados na prática.

Cítricos, cafeeiros, hortaliças, feijoeiros, trigo, soja e cacau são as culturas que mais vêm empregando os fosfitos. Nos cítricos e cacaueiros, contribui para eliminar os liquens que recobrem os galhos internos, onde pragas e doenças se abrigam.

No caso dos cacaueiros, com a retirada dos liquens as almofadas florais ficam expostas, a bilração e floração são induzidas, aumentando a produção. Nos cítricos, plantados em pomares caseiros, geralmente os galhos ficam recobertos de liquens que, ao receberem a solução contendo fosfito se desprendem, deixando os galhos com aspecto de limpo e saudável.

Opções em fosfitos

A forma mais comum do fosfito é a líquida, mas também pode ser encontrado numa forma mais concentrada – a de sais. Os fosfitos são produtos originados da neutralização do ácido fosforoso (H3PO3) por uma base, podendo ser o hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de amônio, entre outros. São de absorção rápida e sistêmica, podendo ser aplicados em qualquer parte das plantas.

Fosfitos sendo formulados com macro ou micronutrientes carregam esses nutrientes para o sistema vascular das plantas, nutrindo-as e ao mesmo tempo promovendo a indução de resistência pela produção de fitoalexinas. Dentro das plantas, também inibem a ação de diversos fungos e contribuem para aumentar a colheita de frutos com qualidade superior.

Quando o fosfito é aplicado juntamente com o glifosato, um herbicida dos mais empregados no controle de ervas infestantes, o resultado tem sido bastante interessante. É sabido que o íon glifosato é muito eficaz no controle de gramíneas e seu emprego está generalizado por todo o país.

O emprego em dose elevada tem mostrado que algumas ervas já mostram tolerância, exigindo doses cada vez maiores. Preocupa, mas a solução existe.

A verdade

 O que ocorre, na prática, é que o íon glifosato é considerado um forte quelatizante de largo espectro, tanto para macro como para micronutrientes, como o cálcio, magnésio e os micros cobre, ferro, manganês, níquel e zinco, básicos para a função de inúmeras enzimas essenciais.

Misturado na bomba com o herbicida, o fosfito se torna um atenuador do efeito da intoxicação causada pelo herbicida, prolongando sua sobrevida e atenuando os eventuais efeitos nocivos deixados na natureza.

Normalmente são empregados na base de 1 a 1,5 litro por hectare, duas a três vezes ao ano. Pesquisa recente mostra que a absorção do fosfito é da ordem de 90 a 98%, entre três a 20 horas após a aplicação.

Essa mobilidade é fator preponderante para que os acompanhantes, sejam eles fertilizantes, defensivos ou herbicidas tenham o efeito esperado, com redução substancial de doses e consequente baixa dos custos da aplicação.

Importante saber

Vale lembrar que os fosfitos na forma sólida oferecem alta concentração de nutrientes. Nessa forma (sólida) as reações entre nutrientes ficam reduzidas a um mínimo, enquanto a alta concentração leva à redução no custo do transporte, economia na embalagem e armazenagem.

Seja qual for a forma, são produtos que merecem a atenção dos usuários, por trazerem a oportunidade de aumentar a eficácia das aplicações, tanto de defensivos como de herbicidas, reduzindo as doses, aumentando a eficácia, a produção e barateando o custo.

Essa matéria você encontra na edição de maio da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua!

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