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Importância da reposição anual de magnésio para o cafeeiro

 

André Guarçoni Martins

D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas e pesquisador do Incaper

guarconi@incaper.es.gov.br

Fotos Shutterstock

O magnésio (Mg) é um nutriente de plantas, ou seja, cumpre os critérios de essencialidade, que podem ser traduzidos da seguinte forma: com deficiência de Mg, o cafeeiro não completa seu ciclo de vida (no campo, uma deficiência que leve à morte das plantas dificilmente é observada, mas a redução na produtividade é uma clara consequência). Em caso de deficiência, não adianta aplicar outro nutriente ou elemento. Se faltar Mg, apenas a aplicação dele pode suprir a necessidade das plantas.

 

Casos específicos

 

Quando o solo é saturado com água, via chuva ou irrigação, esta desce no perfil do solo, arrastando os elementos químicos retidos com menor energia, o que ocorre com o Mg, em relação ao Ca.Essas características definem a participação do Mg no complexo de troca do solo (CTC).

Nos solos em geral, o magnésio trocável (Mg2+) normalmente constitui 5,0 a 20% da CTC, enquanto o Ca2+ representa em torno de 35 a 45% e o potássio (K+) cerca de 5% da CTC, mas em solos de regiões tropicais, muito intemperizados, esta participação pode ser ainda menor.

Há, no solo, uma verdadeira competição pelos sítios de ligação, o que pode causar deficiência de nutrientes que serão perdidos por lixiviação em relação a outros, que irão ocupar o complexo de troca do solo caso sejam aplicados em grande quantidade. Isso se dá pois, quanto maior a concentração de um elemento na solução do solo, maior sua preferencialidade de troca.

Dessa forma, independentemente da valência e do raio iônico hidratado, se forem aplicados Ca ou K em demasia, certamente haverá deficiência de Mg, devido às perdas por lixiviação. Isso pode ocorrer quando forem aplicados insumos, em altas doses, que não contenham Mg, mas sim Ca ou K, como é o caso do gesso e do KCl, respectivamente.

Pode ocorrer, também, redução na absorção de Mg devido à inibição competitiva na absorção, provocada, por sua vez, por cátions como K e Ca.Solos intemperizados, ácidos, como a maioria dos solos brasileiros, especialmente os mais arenosos, geralmente apresentam baixa concentração de Mg.

 

Funções do magnésio no cafeeiro

Todas as funções de qualquer nutriente para as plantas são importantes, uma vez que, de uma forma ou de outra, o desenvolvimento normal será afetado se um único processo metabólico não ocorrer de forma adequada.

Nesse caso, o Mg tem papel estrutural na molécula de clorofila, que é, por sua vez, essencial para a fotossíntese, responsável pela formação de açúcares a partir de CO2 e água, sob efeito da energia gerada pela luz solar.

Além disso, ativa diversas enzimas, regula o pH celular e promove a ativação de aminoácidos necessários à formação de cadeias proteicas e síntese de proteínas.

Mais recentemente, novo enfoque fisiológico tem sido dado ao Mg, sendo comprovado que sua deficiência ou excesso provoca acúmulo de carboidratos nas folhas, como consequência da inibição do transporte de fotoassimilados pelo floema das plantas, reduzindo o desenvolvimento radicular e, consequentemente, a absorção de água e nutrientes pelo cafeeiro.

Outro papel fisiológico que vem sendo discutido é a influência do Mg no estresse oxidativo que ocorre nas folhas, conhecido, na prática, como escaldadura, especialmente em mudas de café.

Foi também comprovado que a escaldadura é mais intensa em plantas com concentrações anormais de Mg, ou seja, com deficiência ou excesso de Mg. Dessa forma, o magnésio aplicado em doses adequadas pode mitigar o efeito do estresse oxidativo causado pelo excesso de irradiância luminosa.

Portanto, o suprimento de Mg, em caso de deficiência, não é fundamental apenas para o cafeeiro em produção, mas também para o desenvolvimento de mudas recém-plantadas no campo.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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