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Inoculação de cobertura eleva produtividade da soja

Crédito ÁlissonVanin
Crédito ÁlissonVanin

A soja é conhecida por seu alto potencial de fixar nitrogênio biologicamente. Por meio da simbiose com bactérias do gênero Bradyrhizobium se formam em suas raízes pequenos nódulos onde ocorre a transformação do N2 atmosférico em compostos assimiláveis pela planta.

“Acontece que, falando de uma cultivar de ciclo médio, por exemplo, depois de 70 dias esse número de nódulos vai caindo.Então, quisemos testar uma estratégia para manter ou até aumentar essa quantidade“, afirma Luiz Gustavo Moretti, mestre em Agronomia pela Faculdade de Engenharia da UNESP em Ilha Solteira (SP).

Em parceria com a Embrapa Soja e com fomento da Agrisus, ele mostrou ser viável, por meio de inoculações de cobertura em sistema irrigado, influenciar na formação dos nódulos, aumentando a fixação de nitrogênio na fase de enchimento de grãos da soja ““ que é quando a planta mais demanda esse nutriente. Hoje, tradicionalmente, a inoculação ocorre apenas via semente para viabilizar as bactérias no solo e permitir que elas colonizem a raiz da planta.

Na prática

Em regiões do Mato Grosso do Sul e Goiás, Moretti teve contato com produtores que faziam a inoculação de cobertura em caráter corretivo. “Em função de algum contratempo na inoculação no plantio, eles tentavam compensar falhas no processo com a aplicação de nitrogênio em cobertura“, explica.

Durante a safra 2015/16, na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP, no município de Selvíria (MS), nos talhões onde foi feita a inoculação via semente associada a inoculações de cobertura, a produtividade média da soja foi de 4.300 a 4.500 kg. Já no tratamento padrão, só com inoculação via semente, a colheita não ultrapassou os 3.600 kg de grãos/ha. “Considerando os resultados, estamos falando de até 900 quilos a mais“, diz o pesquisador.

Palhadas

Nos experimentos conduzidos em Selvíria, também foi analisada a eficiência do inoculante em cobertura para condições de sequeiro e irrigado com três palhadas diferentes ““ braquiária, crotalária e milho ““ em sistema de plantio direto (SPD). De acordo com Moretti, tendo umidade a inoculação de cobertura é eficiente em todos eles.O que muda é a qualidade para desenvolvimento das bactérias. Nesse quesito, a braquiária sai na frente, seguida pela crotalária e o milho. Confira:

A hora certa de fazer a inoculação de cobertura

Respeitada a necessidade de ter um ambiente úmido, seja graças à irrigação ou condições de precipitação, é preciso acompanhar os estádios de desenvolvimento da soja para obter os melhores resultados.

Pulverizando três doses de inoculante, o produtor pode escolher os melhores momentos entre as seguintes opções: V1, V3, V6, R1 ou R3. De acordo com Moretti, entre V3 e V6 (25 e 50 dias) estão os estádios mais propícios, uma vez que os nódulos estarão ativos no enchimento de grãos. “A partir de R1, a lavoura costuma estar mais fechada, o que dificulta, na prática, esse tipo de pulverização“.

As três doses de inoculante em cobertura somadas devem ter um total de 3,6 milhões de células da bactéria. A dose total administrada corresponde a 300 ml (inoculante) diluído em 150 L de água por hectare com jato dirigido no solo.

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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