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domingo, novembro 24, 2024
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Inoculação + uso de cobalto e molibdênio – Maior produção de soja

 

Daniela T.S. Campos

Doutora e professora da UFMT, Campus de Cuiabá (MT)

camposdts@yahoo.com.br

Ana Carla Stieven

Mestre e professora da UNIVAG

Fábio Ricardo Faganello

Engenheiro agrônomo

 

Crédito ElmarFloss
Crédito ElmarFloss

Inoculante é todo produto, líquido ou turfoso, que contenha um ou mais micro-organismos com ação benéfica ao crescimento das plantas. O exemplo mais conhecido na agricultura são os inoculantes utilizados na cultura da soja e que são compostos de bactérias fixadoras de nitrogênio, pertencentes ao gênero Bradyrhizobium, que, quando em associação simbiótica com as raízes da soja, formam estruturas conhecidas como nódulos.

No interior do nódulo ocorre a transformação do nitrogênio molecular, aportado pela solução do ar no solo, em amônia, com o auxílio da enzima nitrogenase, fazendo-o sofrer diversas transformações e se deslocar, por meio da seiva, para a parte aérea da planta.

As bactérias prestam um importante serviço ambiental, pois fixam o nitrogênio da atmosfera, disponibilizando-o para as plantas e assim dispensando a aplicação de fertilizantes nitrogenados na soja, o que é altamente sustentável do ponto de vista ambiental e econômico.

Lado a lado

Na soja, os trabalhos de inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio iniciaram-se com a introdução da cultura no Brasil, e desde o início caminham juntos aos programas de melhoramento de plantas.

Os resultados do excelente trabalho de vários pesquisadores e da Embrapa resultaram na seleção das estirpes Bradyrhizobiumjaponicum e Bradyrhizobiumelkanii, que são as mais utilizadas nos inoculantes vendidos no País.

A Instrução Normativa Nº 13 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, de 24 de março de 2011, relata que o inoculante para as leguminosas deve apresentar concentração mínima de 1,0 x 109 Unidades Formadoras de Colônias (UFC) por grama ou mililitro de produto e ausência de micro-organismos não especificados no fator de diluição 1 x 10-5 (MAPA, 2011).

Cobalto x molibdênio

Os micronutrientes cobalto (Co) e molibdênio (Mo) apresentam-se como limitantes no processo de fixação biológica do nitrogênio (N), que, aliados à qualidade da semente, número suficiente de bactérias e condições ambientais de umidade, temperatura e matéria orgânica no solo, estão diretamente envolvidos na atividade da enzima nitrogenase.

O cobalto tem participação direta na síntese de cobamida e da leghemoglobina nos nódulos, enquanto que ao molibdênio atribui-se a participação como cofator na atividade da enzima nitrogenase.

A falta desses nutrientes causa a ineficiência do nódulo, justificando a presença do mesmo, porém, com clorose foliar, sintoma típico da deficiência de N na planta.Vale ressaltar que é indicada a aplicação de Co e Mo via inoculação de semente associada à bactéria, no momento da semeadura ou, em alguns casos menos frequentes, a aplicação foliar até no máximo 15 dias após a semeadura. As doses de Co e Mo recomendadas são de 2 a 3 g ha-1 e 12 a 30 g ha-1, respectivamente.

Apesar das vantagens justificadas pela necessidade do uso do Co e Mo, na atividade da enzima nitrogenase no interior do nódulo, esses micronutrientes podem causar redução no número de bactérias ativas.Por isso, os cuidados com o período de inoculação e semeadura devem ser reduzidos tanto quanto possível.

O maior tempo de contato do Co e Mo com a semente e o micro-organismo, em ambiente externo ao solo, pode gerar alterações de pH e morte destes, prejudicando a nodulação.

A cultura da soja exige altos teores de nitrogênio para uma boa produtividade - Crédito Luize Hess
A cultura da soja exige altos teores de nitrogênio para uma boa produtividade – Crédito Luize Hess

Vantagens

A cultura da soja exige altos teores de nitrogênio (N) para uma boa produtividade em sacas por hectare e quantidades interessantes em relação a proteínas no grão, uma vez que a soja é uma das cinco principais fontes de proteínas para alimentação humana e animal.

São necessários, em média, 80 kg de N para a produção de 1.000 kg de grãos de soja, sendo que esse montante onera absurdamente a produtividade quando proveniente apenas de fertilização. Porém, técnicas biológicas investigadas desde os relatos de JohannaDöbereiner, engenheira agrônoma naturalizada brasileira, para as mais diferentes culturas, colocaram o Brasil em local de destaque mundial.

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro  da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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