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Liberado defensivo biológico para controle de nematoides

 

 

Bruno Flávio Figueiredo Barbosa

Engenheiroagrônomo

bruno.ff.barbosa@gmail.com

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Já está disponível para os produtores rurais um defensivo elaborado a partir de um fungo para o controle de nematoides. Essa é a primeira liberação de um bionematicida à base do fungo Pochonia chlamydosporia, e será comercializado no País para uso em soja, milho, algodão, olerícolas e fruteiras.

Os prejuízos causados pelos nematoides são variáveis em função das culturas e espécies de nematoides em questão, podendo provocar desde baixa produtividade até a morte das plantas. Contudo, culturas de expressão para a agricultura brasileira, como a soja, café e cana-de-açúcar são muito prejudicadas, principalmente por serem cultivadas na mesma área, por vários anos consecutivos.

Os nematoides são parasitas obrigatórios, ou seja, precisam de célula viva para se alimentar. Portanto, em uma situação em que eles inviabilizam um cultivo, há relação direta com a ausência de biota benéfica do solo, destruída pelo monocultivo.

Diferentes microrganismos benéficos são dependentes de diferentes substratos (compostos liberados pelas raízes e da decomposição de todas as partes vegetais) provenientes de variadas plantas. A monocultura retira essa biodiversidade vegetal, provocando o desaparecimento de vários desses inimigos naturais dos nematoides. Reinserir esses agentes biológicos benéficos será de grande ajuda no manejo da praga.

Não existe nenhuma cultura que não tenha ao menos uma espécie de nematoide associada e causando danos. Entretanto, existem produtos utilizados em tratamento de sementes, em sulco de plantio ou sob a copa das plantas para o controle da praga. Os produtos podem conter moléculas químicas sintéticas ou orgânicas (extratos) ou agentes microbiológicos.

Controle químico x biológico

As vantagens do controle químico estão relacionadas a situações inóspitas ao agente biológico. Via de regra, ambos funcionam bem, porém, o controle biológico costuma conter princípio ativo que trará menores prejuízos relativos à toxicidade.

Esta característica diminui restrições de uso, geralmente limitado pela capacidade de sobrevivência do microrganismo. O lançamento do bionematicida poderá proporcionar controle sem levar resíduos tóxicos para o alimento, ainda que seja uma cultura como a alface, em que todas as partes aéreas poderão ser consumidas 30 dias após a aplicação do produto.

Seu diferencial está no controle eficiente de algumas espécies de nematoides com um agente natural dos nossos solos.

Manejo

Devem-se considerar as condições ambientais no momento da aplicação, evitando-se a utilização em áreas de sequeiro, durante períodos de estiagem, além da escolha das horas mais frescas do dia e com menor insolação.

Em relação ao custo-benefício, o potencial de controle e os menores problemas toxicológicos deverão ser os principais pontos positivos, e deverão ser considerados frente às limitações operacionais. Os clamidósporos produzidos por esse fungo são estruturas de resistência e ajudarão a manter a eficiência, mesmo sob condições ambientais não tão boas para a aplicação.

Contudo, tanto o armazenamento à sombra quanto o respeito às orientações de horários e condições de aplicação serão essenciais para o sucesso de controle.

Essa matéria você encontra na edição de agosto 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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