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domingo, novembro 24, 2024
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Mais uniformidade na formação do cafezal

José Braz Matiello

Engenheiro agrônomo da Fundação Procafé

jb.matiello@yahoo.com.br

  1. R. Dias

Lucas Franco

Alexandre Belchior Ribeiro

Engenheiros agrônomos das Fazendas Sertãozinho

  1. L. Carvalho

Engenheiro agrônomo das Fdas Reunidas LeS

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

A formação da lavoura com cafeeiros crescendo de modo uniforme é importante para, já na primeira safra dessa lavoura, alcançar bons níveis produtivos, já que todas as plantas poderão colaborar na safra total daquele cafezal, sem plantas falhadas e sem aquelas pouco desenvolvidas ou atrasadas em seu desenvolvimento.

Para alcançar esse resultado, o cafeicultor deve usar, no plantio, mudas boas, de bom tamanho e bem aclimatadas, deve socorrer com molhamento para evitar mortes e falhas, replantar o mais cedo possível, sempre que constatar mortes de mudas no campo ou a presença de mudas enfraquecidas, proteger contra as pragas e doenças, controlar as ervas, e fazer  a nutrição adequada das plantas no campo durante a fase de formação da lavoura, que compreende os 2,5 anos inicias de campo.

As mudas

A escolha das mudas é o passo inicial para o bom começo na formação de um cafezal uniforme e produtivo. A escolha deve ser feita pela genética das plantas, ou seja, a escolha de mudas de uma boa cultivar. Em seguida, deve-se basear na seleção, levando a campo mudas nem muito pequenas nem tão grandes, devendo as mesmas ter 4-6 pares de folhas, se possível condicionadas com hormônios de enraizamento, como aqueles à base de Triadimenol, para terem melhor sistema radicular fino e, ao mesmo tempo, folhas amadurecidas.

Devem-se levar ao campo as mudas boas e deixar no viveiroaquelas ainda pequenas ou finas, para recuperação, ou para se tornarem refugo.

Boa formação

A lavoura de café é como uma criança. Ela deve ser bem formada desde o início para que possa crescer e se desenvolver bem, com uma boa estrutura, visando alcançar as melhores condições para ser produtiva durante a sua vida.

Na formação do cafezal deve-se buscar, desde o começo, a uniformidade das plantas, evitando o seu desenvolvimento desigualado, com a presença de plantas fracas ou falhas na futura lavoura. As plantas que ficam pra trás vão representar perda do estande, um fator importante na produtividade da área.

Algumas práticas são essenciais, com o objetivo de alcançar um cafezal               igualado e produtivo. Deve-se começar com mudas boas, que possuam distribuição adequada em sua parte aérea/sistema radicular.

Elas devem ir ao campo com bom tamanho, com 3-6 pares de folhas, previamente selecionadas, eliminando-se os refugos. As mudas precisam ir bem aclimatadas ou amadurecidas por meio da indução hormonal, por triazóis específicos, que seguram, ligeiramente, o desenvolvimento da parte aérea e aumentam o sistema radicular fino das mudas.

O produtor tem que ficar de olho na seleção das mudas que vão do viveiro para o campo. Mudas fracas, fininhas e “mirradas“, ou ficam lá sendo recuperadas ou vão para o lixo. Uma vez plantadas, dão duplo trabalho – um ao serem plantadas e outro no seu replantio.

A escolha das mudas é o passo inicial para a formação de um cafezal uniforme e produtivo - Crédito Marcelo André
A escolha das mudas é o passo inicial para a formação de um cafezal uniforme e produtivo – Crédito Marcelo André

O passo a passo

O plantio deve ser feito em sulco/cova bem preparado e pouco compactado, para maior firmeza da muda. O plantio ligeiramente fundo, a 10 cm, vai garantir maior suprimento de água, mais sombra e menor temperatura junto ao solo, próximo à planta, o que vai favorecer o seu pegamento.

Depois de colocar a muda na coveta, ela deve receber um aperto lateral da terra, para sua firmeza e para também facilitar o fluxo de umidade até às raízes dela.

Depois do plantio três cuidados essenciais devem ser adotados com todo o empenho do cafeicultor. Primeiro não economizar no suprimento de água. Quando a chuva faltar, deve-se fazer molhações de socorro. Qualquer gasto a mais com isso sempre é muito menos do que o trabalho de replantar, além de envolver gastos, perda de tempo e a desigualdade que vai causar na formação da lavoura.

Segundo, deve-se replantar o mais rapidamente, tão logo se constate as falhas. Terceiro, evitar o mato junto às plantas jovens. A linha, numa faixa crescente com o tempo e, quando necessário, até a rua, deve ficar sem concorrência das ervas.

Hoje em dia, felizmente, existem herbicidas seletivos ao cafeeiro que facilitam o trabalho, sem aquele serviço de capina com enxada que, frequentemente, leva ao ferimento das mudas. Outros métodos de limpeza também são adequados, sendo importante que as mudas não sofram com o mato.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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