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Manejo da adubação potássica em cafeeiro em produção

Renato Passos Brandão

Engº Agrônomo, Mestre em Solos e

Nutrição de Plantas pela UFLA e Gestor Agronômico da Bio Soja

Rafael Bianco Roxo Rodrigues

Estagiário do Deptº Agronômico da Bio Soja

 

Crédito Veloso Trading
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O potássio é um nutriente absorvido e exportado em grande quantidade pelo cafeeiro, superado apenas pelo nitrogênio (MALAVOLTA, 1993). Cada saca de café arábica exporta em média 2,4 kg de K2O (PREZOTTI et al., 2000). Para uma produtividade de 40 sacas beneficiadas são exportados em média 96 kg de K2O.

Atualmente, a maioria dos solos cultivados com cafeeiro possuem teores adequados a altos de K. Entretanto, o K deve ser reposto para atender as necessidades do cafeeiro e para manter o teor deste nutriente no solo em níveis adequados.

Potássio no solo

O cafeeiro absorve o K da solução do solo (íon K+), que por sua vez é reposto pelo K trocável. O K trocável da fase sólida do solo está adsorvido nas argilas e matéria orgânica (FAVARIN, 2010).

Funções do potássio

Ao contrário dos demais nutrientes, o K não forma compostos estruturais nas plantas, permanecendo livre para regular outros processos essenciais ao cafeeiro (GUIMARÃES; REIS, 2010).

As principais funções do K no cafeeiro são:

ð Ativador enzimático (cerca de 60 enzimas);

ðMelhora a eficiência do cafeeiro no uso da água;

ðAtua na síntese de carboidratos nas folhas e seu transporte para os frutos e outros órgãos;

ðMelhora a qualidade da bebida do café.

Próximo à tabela 01, sem legenda - Crédito Cristiano Soares de Oliveira
Próximo à tabela 01, sem legenda – Crédito Cristiano Soares de Oliveira

Sintomas de deficiência de potássio

O K possui alta mobilidade no floema do cafeeiro. Portanto, os sintomas de deficiência do K ocorrem primeiro nas folhas velhas do cafeeiro.Inicialmente, as folhas velhas do cafeeiro tornam-se cloróticas e depois ocorre necrose nas margens e no ápice das folhas. Posteriormente, as folhas tornam-se amareladas e depois adquirem coloração amarronzada.

Observa-se morte descendente ou “dieback“ dos ramos, com frutos pequenos e chochos com redução na qualidade da bebida do café.

Influência do potássio no café

O K é considerado o nutriente da qualidade dos produtos agrícolas, dentre os quais, o cafeeiro (MALAVOLTA, 1986).O K age na atividade enzimática, síntese e transporte de carboidratos. A deficiência desse nutriente influi na qualidade dos grãos, pois aumenta a porcentagem de grãos chochos e diminui o tamanho dos grãos, comprometendo assim qualidade da bebida (MANCUSO, 2012).

Silva et al. (1999), avaliando a produção e a qualidade dos grãos do café beneficiado no Sul de Minas Gerais adubado com diferentes fontes e doses de potássio, observaram que nos cafés adubados com o sulfato de potássio ocorreu uma maior atividade enzimática da polifenoloxidase, maior índice de coloração e maior teor de  açúcares nos grãos de café.

O sulfato de potássio proporcionou uma bebida de melhor qualidade. De forma similar ao sulfato, o nitrato de potássio também propiciou uma bebida de melhor qualidade. Já os cafeeiros adubados com o cloreto de potássio apresentaram bebida de menor qualidade (MALTA et al., 2001).

Os reflexos na produtividade podem ser sentidos com a maior sanidade da planta - Crédito Veloso Trading
Os reflexos na produtividade podem ser sentidos com a maior sanidade da planta – Crédito Veloso Trading

Manejo da adubação potássica

A adubação potássica no cafeeiro em produção deve ser realizada no solo levando em consideração o teor deste nutriente no solo e a expectativa de produtividade. Além disso, realizar adubações foliares complementares com potássio na granação do cafeeiro.

Adubações de solo

Dose de potássio: para a definição da dose potássio a ser aplicada no cafeeiro em produção, levar em consideração o teor de K no solo e a expectativa de produtividade do cafeeiro (sacas beneficiadas/ha), Tabela 1.

Tabela 1. Doses de K2O recomendada em função da produtividade esperada e da disponibilidade do K no solo

Produtividade esperada, sc. café beneficiadas/ha K trocável, mmolc/dm3
<0,8 0,8 a 1,5 1,6 a 3,0 >3,0
– – – – – – – – – – – – – – – Dose de K2O, kg/ha – – – – – – – – – – – – – – –
<20 180 120 70 30
20 a 29 210 140 90 40
30 a 39 240 160 110 50
40 a 59 300 200 140 80
60 a 80 360 250 170 100
>80 450 300 200 120

Fonte: RAIJet al. (1997).

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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