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Nitrogênio – Posicionamento para ótima qualidade e rendimento do trigo

Crédito Shutterstock
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A cultura do trigo exige elevada quantidade de nitrogênio para atingir tetos produtivos altos e boa qualidade industrial. São vários os itens que interferem na cobertura do nitrogênio no solo: fonte do produto, dose, fase de aplicação e condição climática.

De acordo com Ivo Frare, diretor técnico da empresa Atman, fatores como a região e o clima interferem na aplicação. Para um ano com influência de La Niña, como 2016, é importante aplicar um grande volume no plantio, de uma fonte mais solúvel, já que as chuvas não serão em grande quantidade. “A palha não vai ser transformada em matéria orgânica (mineralização) para suprir a planta do trigo com nitrogênio. É importante aproveitar as frentes frias para aplicá-lo em cobertura antes e não após a chuva, porque, dependendo da fonte, há perda por volatilização“, recomenda Frare.

 

Aplicação

O trigo absorve nitrogênio durante todo o seu ciclo de crescimento e as suas exigências variam de acordo com o estádio fenológico. De acordo com Ingrid Arns,engenheira agrônoma e mestre em Ciência do Solo, de nada adianta colocar todo o nitrogênio na base de plantio para ter um bom arranque se não investir em mais aplicações. A recomendação é, no momento do plantio, colocar no mínimo 30 kg de N na base pós-cultura de soja e no mínimo 40 kg de N em pós-cultura de milho.

O nitrogênio em cobertura deve ser dividido em pelo menos duas vezes: uma aplicação no início do perfilhamento (fase do duplo anel), quando a planta está iniciando a formação da espiga, e outra aplicação de N no início da elongação (fase da espigueta terminal), quando se define o tamanho da espiga e inicia a diferenciação floral, ou seja, determinao número de flores férteis para formação de grãos após o florescimento.

O trigo responde muito em produtividade e qualidade industrial quando o N é aplicado no início da elongação (fase da espigueta terminal) até o emborrachamento. “Quando não há condições de aplicar o N no início do perfilhamento, por causa da baixa umidade, em períodos sem chuvas, muitos produtores desistem de fazer aplicações de N em cobertura, mas é bom lembrá-los que não é só no perfilhamento que definimos o potencial produtivo, e sim nestas outras fases mais tardias, que são as mais importantes“, afirma Ingrid.

Outro fator importante para a melhor eficiência do nitrogênio é a fonte. Segundo Ingrid, a ureia precisa de chuvas logo após a aplicação. “Dentre os fertilizantes nitrogenados, a ureia apresenta maior risco de perda, principalmente em condições de plantio direto e temperaturas altas. Já as fontes amoniacais e nítricas apresentam menor risco de perdas e sua eficiência é menos dependente do clima“, explica Ingrid.

Para Ivo Frare, os adubos nitrogenados, como o sulfato de amônia, que não é tão dependente de condição climática, é uma boa opção em ano de La Niña.

Nitrogênio no controle de doenças

Além dos benefícios no rendimento e qualidade de grãos, o estado nutricional do trigo também é fator de predisposição às manchas foliares. Segundo o fitopatologista da Biotrigo Genética, Paulo Kuhnem, estudos têm observado que plantas bem nutridas apresentam uma menor incidência de mancha foliar, bem como um menor número de lesões por folha. As aplicações de nitrogênio em cobertura nos estádios recomendados têm mostrado uma boa correlação com a redução da intensidade da mancha foliar, em especial a amarela.

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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