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Óleo usado em pulverizações pode queimar folhas do cafeeiro

Arthur Henrique Cruvinel Carneiro

Técnico em Agricultura e Zootecnia, graduando em Agronomia na Universidade Federal de Lavras (UFLA), membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD) e do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF)

arthurhcruvinel@hotmail.com

Rafael Jorge Almeida Rodrigues

Engenheiro agrônomo, consultor em cafeicultura, mestrando em fitotecnia UFLA e membro do GHPD

 Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

A adição de óleos à calda de pulverização, muitas vezes é utilizada a campo sem o adequado conhecimento quanto à absorção do produto fitossanitário pelo alvo, retenção de calda e até mesmo sobre a praga e a cultura.

O uso de óleo é indicado em caldas aquosas, na concentração de 0,25 a 1,0% em relação ao volume da calda, como adjuvantes na aplicação de alguns defensivos, inseticidas, fungicidas e alguns herbicidas, com o intuito de aumentar a eficiência dos produtos.

Segundo Matiello, os óleos têm ação molhante, por terem afinidade com as ceras que recobrem a superfície das folhas. Têm efeito espalhante, reduzindo a tensão superficial das gotas e auxiliam na formação de um filme sobre as folhas. Por essa característica de menor tensão, apresentam efeito penetrante, favorecendo sua entrada em espaços entre plaquetas cerosas. Eles ainda atuam como anti-evaporantes, aumentam a adesividade e diminuem a deriva.

Pesquisas

Apesar de existirem trabalhos em relação ao efeito do óleo na eficiência de controle, estas pesquisas estão indisponíveis para se avaliar o quanto influem na ação dos defensivos, tendo em conta que ainda existe a necessidade de definir possíveis resíduos deixados e o efeito deles sobre a camada cerosa das folhas, importante na defesa das plantas.

Vantagens

Grande parte dos óleos utilizados em pulverizações, além dos benefícios já mencionados, possuem vantagens sobre produtos de largo espectro: são seguros para manipulação; apresentam baixa toxicidade para vertebrados; são pouco nocivos para inimigos naturais benéficos e as pragas não podem desenvolver resistência a eles.

Certamente, os óleos são um componente essencial dentro de um programa de manejo de pragas e doenças do cafeeiro. Por serem misturados e pulverizados conjuntamente com fungicidas, inseticidas, acaricidas e nutrientes, a utilização do óleo culmina na redução nos custos de aplicação. Porém, existem controvérsias.

De acordo com Matuo e Cunha, o óleo altera a retenção em aplicações a alto volume, pois o excesso da calda que a folha não comporta escorre, aumentando os custos de controle pela adição de mais um componente ao sistema, além de poder contribuir para a contaminação do solo.

Queima das folhas

Observações de campo em relação ao modo de ocorrência da queima de folhas do cafeeiro pelo óleo adjuvante em caldas pulverizadas mostram que ela só ocorre em condição da presença de raios solares fortes. No entanto, o efeito parece físico, e não uma fitotoxidez.

A película de óleo, formada sobre a superfície foliar, funciona como uma lente, aumentando a temperatura e ocasionando a queima das folhas do cafeeiro.

Condições para que ocorra a queima

Diante de problemas observados com a utilização de óleos em pulverizações do cafeeiro, cuidados devem ser adotados para que não ocorra queima das folhas, causando prejuízos diretos e indiretos à lavoura.

Pulverizações com óleo em dias e horários com alta incidência solar atrelados a temperaturas elevadas são propícios para que ocorra o problema.

Prejuízos

Quando as folhas do cafeeiro absorvem em excesso a irradiância solar e não conseguem dissipá-la, ocorrem danos ao aparato fotossintético da planta e, consequentemente, lesões foliares.

Quando associado ao déficit hídrico, a inibição da fotossíntesecausada pela degradação das clorofilas causa queda do metabolismo do nitrogênio, gerando uma forte deficiência do nutriente, que torna as folhas amareladas, além de provocar danos mais severos, como necrose e morte dos tecidos.

A redução da área fotossintética, e em casos extremos a ocorrência de queima de ramos e frutos (estes mais expostos ao sol), refletirá diretamente em perdas de rendimento e qualidade de bebida.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de agosto 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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