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Pesquisa: Novos rumos no controle do mofo-branco na soja

Crédito Miriam Lins/Renata Aparecida

Na área agronômica, uma das linhas de pesquisa procura descobrir opções mais eficientes, econômicas e de baixo impacto ambiental para o controle de fitopatógenos. “O controle de doenças de plantas e a indução de respostas de defesa mediados por fungos avirulentos têm sido descritos para vários patossistemas”, explica Renata Aparecida dos Santos Brito, autora de um estudo que verificou que algumas linhagens do patógeno Colletotrichum truncatum, agente causal da antracnose da soja, obtidos de plantas sem sintomas, comportaram-se como endofíticos e que outros causaram sintomas na parte aérea, com severidade variável.

A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Fitopatologia, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), comparou isolados de Colletotrichum truncatum obtidos de plantas assintomáticas e sintomáticas de soja, a fim de identificar características que os diferenciassem.

Abordagem

Para verificar se Colletotrichum truncatum endofítico é capaz de proteger plantas de soja contra patógenos, foram realizadas duas abordagens. “Na primeira utilizamos técnicas de bioquímica fitopatológica por meio de análises quantitativas relacionadas a respostas de defesa de plantas e, na segunda, avaliamos em casa de vegetação a severidade do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) em plantas pré-inoculadas com linhagem endofítica de C. truncatum”, explica a pesquisadora.

Plantas pré-inoculadas com C. truncatum endofítico e desafiadas com o C. truncatum patogênico tiveram aumento da quantidade de peróxido de hidrogênio (H2O2), sugerindo o efeito conhecido na literatura como priming.

Nesse estado, as plantas respondem em níveis baixos quando inoculadas pelo agente indutor, porém, quando posteriormente inoculadas com um agente patogênico, o seu sistema de defesa responde de forma rápida e intensa. “Esse efeito pode estar relacionado tanto à resistência local quanto à sistêmica contra estresses bióticos e abióticos. Já o acúmulo de H2O2 desencadeado após o reconhecimento de um patógeno pode atuar na defesa das plantas. Essa espécie reativa de oxigênio (ERO) está envolvida, por exemplo, no reforço da parede celular, uma vez que o H2O2 é necessário para a biossíntese de lignina, ou mesmo agindo como um agente antimicrobiano direto”, detalha Renata.

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