17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Grãos Trichoderma + fósforo - Solução para o fusarium do feijoeiro

Trichoderma + fósforo – Solução para o fusarium do feijoeiro

 

Daniela T. S. Campos

Doutora e professora da UFMT/FAMEV/DFF – Laboratório de Microbiologia do Solo

camposdts@yahoo.com.br

Fábio Ricardo Faganello

Engenheiro agrônomo

fabio@solida.agr.br

 

DestaqueO fungo Fusarium oxysporum f.sp. phaseoli é o causador da doença conhecida como murcha-de-Fusarium, sendo a principal doença de solo que acomete a cultura do feijoeiro. Vivem no solo saprofiticamente ou exercendo parasitismo sobre diversas culturas anuais ou perenes.

As condições favoráveis para a ocorrência do F. oxysporum são a compactação, a alta umidade e as altas temperaturas (22 a 35 ºC) do solo, podendo atingir até 100% das plantas em casos mais extremos e causar grandes perdas de produtividades.

A podridão ocasionada pelo fungo é bem caracterizada pelas lesões avermelhadas na raiz e na parte inferior do caule da planta, tornando-se, mais tarde, pardo escuras.

Com a evolução do ataque do F. oxysporum na raiz principal, as raízes laterais morrem, podendo ocorrer a morte parcial ou total dos ramos, trazendo grandes prejuízos. O Fusarium é transmitido pelas sementes contaminadas e sobrevive no solo por vários anos, por meio de estruturas de resistência conhecidas como clamidósporos.

Trichoderma + fósforo

Os fungos pertencentes ao gênero Trichoderma são de grande valor econômico para a agricultura, uma vez que são capazes de atuar no controle de doenças de várias plantas cultivadas e podem ser um inimigo natural das doenças de solos e de plantas. Têm a função de estimular e promover o aumento do enraizamento e liberar os fitohormônios que auxiliam no desenvolvimento das plantas. O Trichoderma associado ao fósforo (P) pode auxiliar no maior enraizamento das plantas, promovendo vegetais mais sadios e resistentes ao ataque de doenças.

Eficiência

O Trichoderma tem uma eficiência muito superior quando comparado a um tratamento químico, pois ele se estabelece no ambiente e se multiplica na rizosfera, sobrevivendo a um período maior e protegendo as raízes em todo o ciclo da cultura. Já o tratamento químico tem eficiência no estabelecimento da cultura e permanece por aproximadamente 15 a 20 dias.

A aplicação no sulco de plantio é a mais eficiente, pois o fungo não entra em contato com os produtos químicos que são utilizados no tratamento das sementes.

Atuação na planta

O Trichoderma age sobre outros microrganismos produzindo substâncias tóxicas, alimentando-se de outros fungos que causam doenças, competindo por espaço e alimento. Ele protege as raízes das plantas para que nenhum patógeno entre em contanto causando danos às raízes, e age como predador do Fusarium e de outros fungos.

Como aplicar

A forma preferencial de aplicação do fungo é no sulco de plantio ou no tratamento de sementes junto com o inoculante à base de bactérias fixadoras de nitrogênio, podendo ser feita uma aplicação em área total no início da cultura.

Para o feijão, a dosagem recomendada é de 60-100 gramas/ha, a um custo de R$ 40,00 a R$ 50,00/ha.

Custo-benefício

A técnica tem um custo-benefício muito bom, pois como a população do Trichoderma será aumentada com o passar do tempo, a evolução do Fusarium e das outras doenças serão reduzidas.

É importante lembrar-se de evitar o uso do Trichoderma com fungicida carbendazim no tratamento de semente, que é muito agressivo ao Trichoderma. Deve-se, também, realizar rotação de cultura, de preferência para aumentar a matéria orgânica do solo, e utilizar plantas de cobertura.

Essa matéria você encontra na edição de julho da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

 

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes